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terça-feira, setembro 07, 2010

Vida do lado de fora do templo



por Antônio Carlos Costa

Acabou o culto, todos retiram-se para as suas casas, deixando para trás o templo, a fim de enfrentarem mais uma semana. Sob que perspectiva deve ser vista essa quantidade de tempo gasto com o mundo?

1. O exercício da vocação profissional deve ser visto como tão santo quanto o tempo dedicado à igreja. Trabalho não é tempo desperdiçado com o "mundo". É oportunidade de servir ao próximo, enriquecer a vida da sociedade e glorificar a Deus. Imagine a vida da igreja num mundo sem professores, faxineiros, médicos, advogados etc. Todos os recursos por meio dos quais templos são erigidos, missionários sustentados e contas da igreja pagas, são provenientes do trabalho duro de pessoas cuja a atividade profissional muitas vezes é rotulada pela igreja de profana e menos sagrada do que o trabalho do pastor.

2. A luta pela justiça social -deve ser vista como consequencia natural- de uma pregação que conduz o ser humano a harmonizar ética privada com espírito público. Cristianismo não se resume a preocupação com tabaco, álcool e pornografia. É também angústia santa face à condição dos que sofrem abuso de poder, têm seus direitos violados, são ignorados pelo Estado. Todo aquele que foi tangido na alma pelo evangelho de Cristo, ama a Deus e a tudo o que Deus ama. Isso significa amar filho, cônjuge, pai, mãe. Significa também amar o pobre, o preso, o explorado.

3. A atividade profissional exercida com excelência e o compromisso pessoal com uma sociedade mais justa devem ser vistos como meios de proclamação do evangelho. Ambas as coisas devem ser feitas por motivo de consciência, mas quem as pratica, deve saber que será sempre respeitado por aqueles que o observam.

A razão de destacar essas verdades, deve-se ao fato de que -pessoas estão sendo ensinadas nas nossas igrejas- a viverem tão somente para a manutenção da estrutura eclesiástica, verem como desperdício de vida o tempo gasto no trabalho, crerem que só encontrarão sentido para viver caso se dediquem exclusivamente à igreja, satisfazerem-se com um cristianismo que não forma homens de espírito público e pensarem que é possível a mensagem evangelística ser ouvida, quando somos péssimos profissionais, e revelamos alienação face à bárbarie, o desmando e a incompetência dos orgãos públicos.

Há uma vida a ser vivida do lado de fora da igreja. Seus desafios são tamanhos para o verdadeiro crente, que este anseia pelo retorno ao templo, a fim de ser renovado espiritualmente, visando levar novamente o reino para onde impera a morte.

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