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terça-feira, janeiro 16, 2007

A igreja templocêntrica




Podemos dizer que o início do século IV marcou o a invasão pagã na comunidade cristã. Com o Edito de Milão em 313, o imperador Constantino deu início à fusão da igreja e do Estado e o que aparantava ser o triunfo da igreja foi o seu veneno. Constantino então, recém "convertido", achava ultrajante sua religião não possuir templos suntuosos como os pagãos e ele, como Imperador, precisava manter sua ostentação. Começou-se então uma tentativa de cristianização do paganismo, templos pagãos sendo transformados em templos cristãos, deuses pagãos sendo canonizados como santos cristãos, a composição do clero e a sua instituição como mediadores entre os homens e Deus.

Nesse momento a igreja deixou de ser cristocêntrica e passou a ser templocêntrica. Os interesses não eram mais os de Cristo nem do seu Reino invisível, mas o que passou a importar foram a aparência, o conforto e os números que começaram a crescer, tanto de fiéis quanto de arrecadação.

Depois disso a história nos mostra a união definitiva entre igreja e Império, mais para frente acontece a queda do Império Romano e então surge o domínio do Império da Igreja Católica Apostólica Romana. As indulgências surgiram como uma necessidade da igreja de construir templos e manter seus sacerdotes. Após doze séculos de escuridão e trevas surge a luz da Reforma Protestante, os cristãos puderam então voltar a vislumbrar a graça e misericórdia de Cristo, tiveram acesso a Palavra de Deus em suas línguas nativas e os leigos ganharam um certo espaço na composição do Corpo de Cristo.

Quase cinco séculos após a Reforma, observando a igreja contemporânea notamos fatos alarmantes. É triste ver que nossa religão ainda é templocêntrica. Observamos que a cada dia cresce a preocupação dos líderes em construir templos cada vez maiores e mais luxuosos, cresce a necessidade de arrecadar cada vez mais dinheiro. Para este fim acabam usando meios escusos, até mesmo de forma inconsciente, barateando a mensagem de Cristo, vendendo prosperidade e cura. Dessa fonte não bebem apenas as igrejas neopentecostais, mas hoje praticamente todas as denominações, em maior ou menor escala, desfrutam da venda dessas indulgências, que não são mais para comprar um lugar no céu e uma fuga do suposto purgatório, mas comprar suas bençãos terrenas, dinheiro, fama, sucesso, amor, cura.

Vivemos para sustentar o templo, os sacerdotes, a música e achamos que tudo isso é para o bem do Reino de Deus.

Esquecemos da mensagem de Cristo à samaritana dizendo que não mais adoraríamos neste ou naquele templo, neste ou naquele monte, mas adoraríamos a Cristo em espírito e em verdade, na rua, no trabalho, na escola, no shopping, no supermercado. A igreja primitiva nos ensinou que o dinheiro da comunidade não é para sustentar estruturas gigantescas ou dar conforto para o Clero, mas manter àqueles que necessitam, viúvas, órfãos, doentes, desempregados, quer estejam na igreja ou não.

Até quando o centro do nosso suposto cristianismo serão os templos? Quando nos voltaremos novamente para Deus? Quando voltaremos a pregar o Reino de Deus, o arrependimento, a cruz?

Deus tenha misericórdia de nós.

terça-feira, janeiro 09, 2007

FBI prende fundadores da Renascer; promotores acionam casal no Brasil



O FBI (Federal Bureau of Investigation) --a polícia federal norte-americana-- prendeu nesta terça-feira o casal Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes --fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo-- em Miami. O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP).

O casal --que estava sendo monitorado pelo Ministério Público e Polícia Federal-- foi preso porque declarou falsamente para a alfândega norte-americana que não carregava mais de US$ 10 mil, mas portava US$ 56 mil (em espécie).

Divulgação
Apóstolo Estevam Hernandes
Apóstolo Estevam Hernandes
Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no final de dezembro uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.

No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas". (Saiba quais são as acusações que existem contra os fundadores da Igreja Renascer)

Divulgação
Bispa Sônia, da Renascer
Bispa Sônia, da Renascer
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.

No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar do casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.

Para os promotores do Gaeco, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil.

Segundo eles, o Gaeco pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer. (Saiba quem são os faosos que frequentam a Renascer)

Novo pedido de prisão preventiva

Os promotores do Gaeco informaram que irão entrar com novo pedido de prisão preventiva contra o casal Hernandes. Eles irão alegar que ao retornar ao Brasil Sônia e Estevam podem voltar à condição de foragidos, o que atrapalharia as investigações.

Segundo eles, o crime pelo qual o casal foi detido nos EUA é afiançável. No entanto, eles devem ficar detidos em casa --impedidos de retornar ao Brasil-- enquanto não forem julgados nos Estados Unidos.

Como os advogados do casal já estão cuidando do caso, a expectativa é que eles deixem a Imigração ainda nesta terça-feira e fiquem na propriedade particular enquanto durar o processo.

Acusações

Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como "J", disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.

Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja "laranja", chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.

Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação --rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo-- funciona um templo da Renascer.

Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado) Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro não quiseram se manifestar publicamente, pois o processo está sob segredo de Justiça.

sábado, janeiro 06, 2007

Cada vez mais firme nas minhas convicções



Cada vez mais distante da minha religião

Não sei se isso só acontece comigo, se estou certo ou errado, mas quanto mais me aproximo de Deus, das Escrituras, e obtenho um suposto conhecimento teológico, mas distante pareço estar da religião protestante, ou de qualquer outra religião existente.

Vejo a revelação de Cristo, a Igreja Primitiva, os apóstolos, e tento comparar com o que temos hoje, mas parece-me que só temos sombras do que já foi a idéia de igreja. Vejo templos, clericais, dinheiro, corrupção, inveja, medo, mas não vejo a simplicade do Evangelho de Cristo. As preocupações que iam além do Reino eram relacionadas apenas às necessidades básicas humanas, comer, beber, vestir-se, ter onde dormir, todos tinham tudo em comum (se bem que o bem estar do corpo faz parte do Reino).

E ao mesmo tempo que sinto-me distante dessa religião doentia que temos hoje, sinto-me preso a ela, pois não posso abandorar as pessoas que ali estão, pessoas que precisam de amor, como eu. Mas enquanto não me desligo definitivamente dela, acabo por aderir, mesmo que inconscientemente a esses valores, esqueço-me dos que estão nus, dos que passam fome, daqueles que estão encarceirados, dos que sofrem e vivo para a instituição evangélica.

Senhor, tenha piedade de mim.
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