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sexta-feira, dezembro 31, 2010

10 motivos para não ser cristão (mesmo sendo a coisa certa a se fazer)



Ser cristão requer, como sugiro às vezes, estômago forte. Embora seja para todos, definitivamente não é para qualquer um.

Houve tempo em que para ser socialmente aceito no Ocidente era requisito mostrar certificado de batismo. Hoje em dia, graças aos céus, não é mais assim: ninguém mais precisa ser cristão só por ser a coisa politicamente correta a se fazer. Há porém motivos adicionais para você abandonar essa idéia de seguir consistentemente os ensinamentos de Jesus, se é que você se preocupa com essas coisas.
Selecionei dez; deve haver mais.
10 MOTIVOS PARA NÃO SER CRISTÃO
  1. PUREZA DE MOTIVOS. Algumas religiões, menos ambiciosas, exigem umcomportamento exterior impecável. O cristianismo requer pureza interior de motivos, que é coisa muitas vezes mais difícil de alcançar e que talvez ninguém seja capaz de apresentar. De acordo com Jesus, não basta fazer a coisa certa, é necessário fazê-lo com a motivação correta. E, talvez pior e mais comum: basta contemplar com simpatia a maldade para ser culpado dela.
  2. DESAPEGO A COISAS MATERIAIS. Poucas coisas caracterizaram a pregação cristã desde o início mais do que um selvagem desapego a riquezas e outras distrações palpáveis. “Não ajuntem tesouros na terra”, recomendava a análise econômica de Jesus, que lembrava ainda que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino do céu. Os primeiros cristãos acreditaram: venderam tudo que possuíam e deram aos pobres, e do que restava a cada um “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo lhes era comum” (Atos 4:32).
  3. RENÚNCIA AO PODER. Problema semelhante está na exigência, reforçada continuamente no Novo Testamento, de humildade e da renúncia de todos privilégios, mesmo (ou especialmente) os merecidos. “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo” (Mateus 20:25-26). Mesmo quando a humildade era vista como virtude politicamente correta e ambição como vício de caráter, poucos efetivamente se dobravam a essas duras exigências. Que dirá hoje.
  4. AMAR OS INIMIGOS. O Antigo Testamento exigia o razoável: que tratássemos nossos vizinhos com civilidade, mesmo quando não o mereciam – comportamento que garantia, com certa medida de esforço, um mínimo de coesão na sociedade. Jesus perdeu aparentemente todo o senso de proporção quando pediu que amássemos nossos inimigos e intercedessemos diante de Deus pelos que nos odeiam. De nada adianta amarmos o que nos amam, argumentava ele, porque os mais vis salafrários fazem o mesmo. Todo mundo ama quem o ama, e Jesus queria mais do que esse pacote básico: pedia singelamente que fôssemos “perfeitos como Deus é perfeito” – que fôssemos graciosos como Deus, que derrama o sol e a chuva sem distinção sobre bons e maus – sobre merecedores e cafajestes (Mateus 5:45,48). Essa sua exigência permanece tão impopular hoje quanto quando foi proferida pela primeira vez – talvez ainda mais, já que só restamos nós cafajestes e ninguém mais se dá ao trabalho de fingir-se de merecedor.
  5. PERDOAR PARA SER PERDOADO. O Pai de Jesus não é dado a barganhas, mas essa, curiosamente, ele não se esquiva em fazer. O perdão é gratuito desde que ousemos estendê-lo aos outros com a mesma disposição cavalheiresca. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14,15). Como se vê, somos todos imperdoáveis, mas a culpa não é de Deus.
  6. PUREZA SEXUAL. O sexo não era para os judeus a neura que se tornou para os através dos cristãos, mas uma boa medida de consistência na conduta sexual sempre foi medida da experiência cristã. Com o tempo, e por motivos que não cabe discutir aqui, o pecado sexual tornou-se no discurso cristão o pecado por excelência. Hoje em dia o sexo fora do casamento é, na prática, a única conduta aberta não-tolerada numa comunidade cristã evangélica. Ambição, ganância, mentira e rancor são bem-vindos a olhos vistos, mas se for para você for acordar na cama errada ou acalentar pensamentos impuros faça como o resto de nós e não dê bandeira. A única coisa que Jesus tem a dizer sobre esses assuntos é, continuamente, “quem não tem culpa no cartório atire a primeira pedra” – e “vá e não peques mais”.
  7. PRATICAR A VIRTUDE. É crença fundamental do cristianismo que somos salvos da condenação não como compensação pelos nossos esforços no sentido de praticar o bem, mas pela iniciativa gratuita e infundada de Deus, que resolve nos dar de presente o que ninguém teria como fazer por merecer. Apesar disso, a ênfase na prática ultrapassada da virtude – fazer o bem sem olhar a quem – é tecla em que batem continuamente os escritores do Novo Testamento. Como se sabe, a virtude e a integridade são vistas hoje como fraqueza e vício, e é politicamente incorreto sequer mencioná-las num contexto positivo. A lei de Gérson revogou essas curiosidades da história.
  8. SEREMOS JULGADOS PELOS NOSSOS ATOS. “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mateus 16:27). Parece contradição, mas o ensino do Reino é o de que somos aceitos pela graça (isto é, não pelos nossos próprios esforços em fazer o que é certo) mas seremos julgados – pasme-se – pela nossa conduta. De um modo misterioso, basta abraçar a graça para ser aceito incondicionalmente por ela (como aconteceu a um dos ladrões na cruz); por outro lado, não basta, e o discurso de Jesus requer uma tremenda consistência na conduta pessoal. “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:46).
  9. A INSENSATEZ DA GRAÇA. Como se os escândalos retromencionados não bastassem, há o terrível constrangimento de que para ser cristão é preciso engolir a insensatez da graça – a crença na atitude cavalheiresca e generosa pela qual Deus aceita e abraça quem nós mesmos excluiríamos e condenaríamos de imediato, irreversivelmente e com toda a convicção. Nossa tendência natural é olhar os desprezíveis com desprezo, nunca com misericórdia. Aceitar quem não merece ser aceito não é apenas terrivelmente exigente, é conduta que convida ao mais impiedoso ostracismo social. Ninguém respeita quem não se dá ao respeito, e o cristianismo exige que engulamos a peculiaríssima noção de que “a substância da nossa fé consiste na convicção de que foras-da-lei, pecadores e criminosos podem chamar Deus de Pai, e de que prostitutas podem entrar no reino de Deus antes dos religiosamente respeitáveis” (Brennan Mannigan). Ser cristão é admitir um Deus que não se dá ao respeito. Um Deus sem critério. Um Deus vulgar. Definitivamente, não é para quem tem estômago fraco.
  10. EXIGE A VIDA INTEIRA. Finalmente, ser seguidor de Jesus requer viver como ele viveu, o que não é pouco, considerando como ele terminou. “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio,” disse Jesus aos seus primeiros seguidores, e os mais espertos dentre eles logo interpretaram a sentença, corretamente, como querendo dizer “eu os envio para darem suas vidas [por quem não merece o esforço]”. Ser cristão requer, infelizmente, tudo, a vida inteira, o tempo todo e até o fim. Não há meio-termo, meias-palavras, trégua ou feriado semanal. “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33). Segundo a mensagem cristã, no entanto, não há de fato barganha maior do que perder a vida, porque “quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará” (Lucas 17:33).
Mas trata-se, convenhamos, do ensino de um sujeito idealista que dizia coisas como “ninguém tem maior amor do que dar a vida pelos seus amigos”. Se houve um mundo em que esse convite pode ter parecido menos popular, é o nosso.

Agir dessa forma, se fosse possível, seria naturalmente a coisa certa a se fazer. Mais um motivo para você não ser cristão, se não quiser pagar mico. Hoje em dia ninguém exige o impraticável dos outros ou de si mesmo. Fazer a coisa certa?

Não está mais aqui quem falou.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

10 coisas que não se deve fazer na hora do louvor



O que eu não desejo neste ano novo



por Matheus Soares

Não desejo que você faça promessas de ano novo, não perca seu tempo colocando num papel coisas como arranjar um novo emprego, casar, perder peso, porque inevitavelmente você chegará ao final do próximo ano lamentando-se por não ter alcançado nada disso. Eu desejo é que você trace metas diárias para sua vida e dentre tais metas estejam: amar mais, aventurar-se mais, brincar mais, orar mais, ler mais e estudar mais.

Não desejo que se preocupe em alcançar muitas grandes realizações, como passar numa faculdade, ser promovido na empresa, formar-se, mas desejo do fundo da minha alma que você tenha muitas pequenas realizações, como visitar um idoso, dar atenção ao uma criança órfã, compartilhar o seu pão com o próximo. Também desejo pouquíssimas grandes realizações, primeiro para que saiba que é capaz de fazer grandes coisas, mas também para que sendo poucas valorize cada uma delas.

Não desejo que você faça muitos novos amigos, porque você desenvolveria apenas relações superficiais com cada um deles, porém tendo poucos novos amigos você conseguirá aprofundar seus laços e saber que realmente tem pessoas à sua volta em quem pode confiar e ainda poderá continuar dando atenção aos amigos que já possui.

Não desejo que você enriqueça. Você definitivamente não precisa ganhar na mega-sena da virada, eu desejo é que você ganhe o suficiente para sustentar sua família, faça algumas viagens e possa compartilhar com aqueles que nada possuem.

Não desejo que você tenha o carro do ano, meu desejo é que você use seu transporte para alcançar lugares onde pessoas carecem de ajuda: prisões, asilos, hospitais e creches. E que seu transporte possa levar as pessoas aonde possam celebrar juntas a Deus.

Eu desejo que você viva cada dia como algo novo e maravilhoso, lembrando que cada vez que acordamos temos a oportunidade de corrigir erros, amenizar feridas e perdoar. Viver cada dia fazendo o seu melhor, sendo o melhor pai, a melhor mãe, o melhor irmão, a melhor irmã, o melhor namorado, a melhor namorada, o melhor aluno, o melhor funcionário, o melhor amigo, porque assim não verão apenas uma pessoa bem sucedida materialmente e/ou intelectualmente, mas verão a imagem de Cristo estampada em você. E aí você entenderá que no fim das coisas isso é o que mais importa.

Precisa esperar dia primeiro de janeiro para tudo isso?

"Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio". Salmo 90:12.

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Não apele no apelo! *



por Ed René Kivitz


Uma das coisas mais estúpidas que já acreditei em termos de religião foi que a composição da população do céu podia ser mensurada pelo número de pessoas que dissessem sim a um apelo de conversão a Jesus Cristo feito nas bases da tradição do cristianismo protestante evangélico anglo-americano. Traduzindo: se você acredita que irão para o céu somente as pessoas que aceitam a Jesus como salvador depois de ouvir o evangelho pregado a partir da cultura anglo-americana, então você está em apuros: o seu céu é pequeno demais; o seu Deus é pequeno demais; o seu Cristo é pequeno demais; o seu evangelho é pequeno demais; o seu Espírito Santo é pequeno demais; o seu universo de comunhão é pequeno demais; seu projeto existencial é pequeno demais; sua peregrinação espiritual é pequena demais.

É urgente que se articule uma outra maneira de convocar pessoas para que se coloquem a caminho do céu. Uma convocação que considere que “nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” – palavras de Jesus. Uma convocação que re-signifique o conceito de céu, que deve deixar de ser um lugar geográfico em outro mundo para onde se vai após a morte, para significar uma dimensão de relacionamento com o Deus Eterno para a experiência contínua do processo de humanização: estar em Cristo, ser como Cristo, ser Cristo. Com isso quero dizer que o convite para aceitar Jesus como salvador como credencial para ir para o céu não é a melhor convocação. A melhor convocação é um chamado para se tornar uma outra pessoa. A peregrinação espiritual cristã não é uma migração de um lugar para outro, mas de um estado de ser para outro. Nosso destino não é o céu. Nosso destino é Cristo. E tenho certeza de que muita gente vai chegar lá mesmo sem nunca ter ouvido o plano de salvação desenvolvido pelos teólogos sistemáticos anglo-americanos.


* Título extraído do post escrito pela Lenara no "Não Morda a Maçã" comentando sobre o texto do Kivitz

"se Deus quer me levar, pode levar a qualquer hora", José Alencar



Alencar luta contra um câncer há 13 anos
Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação
SIMONE SARTORI

Direto de São Paulo

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT-SP), visitou na manhã desta quarta-feira o vice-presidente da República, José Alencar, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ao deixar o hospital, Marinho disse que Alencar está bem, "contando causos" e que falou sobre a morte. "Não preciso morrer por causa do câncer. Se Deus quer me levar, pode me levar a qualquer hora", disse Alencar, segundo o prefeito.
"Ele começou a contar causos de amigos da Lapa, os boêmios... Ele é muito divertido, uma pessoa fantástica. Não é à toa que é admirado pelo nosso povo", contou Marinho. A visita, que durou cerca de 15 minutos, foi acompanhada pelas filhas, um neto e a mulher de Alencar, Mariza Gomes da Silva.
Luiz Marinho contou que Alencar ainda fala em comparecer à posse de Dilma Rousseff no sábado, mas que ele deixará a decisão para os médicos. "É uma possibilidade, mas eu até disse a ele para não se preocupar com isso, que ninguém vai cobrar a presença ou ausência dele na posse. O trabalho está feito e há um reconhecimento do presidente Lula, do povo brasileiro, do trabalho que ele já fez", afirmou o prefeito.
A família de Alencar, segundo Marinho, comentou que o vice-presidente teve uma "grande recuperação" de ontem para hoje, após o procedimento o qual Alencar foi submetido. "Ele estava falante, feliz, sorrindo, em paz e transmitindo confiança. Muita gente no lugar dele, talvez, estaria entregando os pontos, ele está aí transmitindo energia", disse.
Luta contra o câncer
Alencar luta contra o câncer desde 1997, quando, após um check-up, foi encontrado um tumor no rim direito e outro no estômago, retirados naquele mesmo ano. Em 2000, uma nova cirurgia retirou um tumor na próstata. Depois da remoção de outros nódulos no abdome, Alencar foi diagnosticado com câncer no intestino.
Ao todo, ele foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos. Em janeiro de 2009, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal. Na mesma cirurgia, os médicos retiraram parte do intestino delgado, outra do intestino grosso e uma porção do ureter, canal que liga o rim à bexiga. Alencar chegou a ficar internado 22 dias após a operação. A última cirurgia ocorreu no dia 22 de dezembro, quando Alencar foi internado no Sírio-Libanês em caráter de urgência, com quadro de hemorragia digestiva grave.
Fonte Terra

terça-feira, dezembro 28, 2010

Abstinência antes do casamento melhora vida sexual, diz estudo



Pessoas com abstinência deram notas 22% mais altas para estabilidade. Pesquisa de universidade ligada à igreja ouviu duas mil pessoas.



Da BBC

Casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória, segundo um estudo publicado pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia.

Pessoas que praticaram abstinência até a noite do casamento deram notas 22% mais altas para a estabilidade do relacionamento. As notas para a satisfação com o relacionamento foram 20% mais altas entre casais que esperaram, assim como as questões sobre qualidade da vida sexual (15% mais altas) e comunicação entre os cônjuges (12% maiores).

Para os casais que ficaram no meio do caminho - tiveram relações sexuais após mais tempo de relacionamento, mas antes do casamento - os benefícios foram cerca de metade daqueles observados nos casais que escolheram a castidade até a noite de núpcias.

Mais de duas mil pessoas participaram da pesquisa, preenchendo um questionário de avaliação de casamento online chamado RELATE, que incluía a pergunta 'Quando você se tornou sexualmente ativo neste relacionamento?'.

Apesar de o estudo ter sido feito pela Universidade Brigham Young, financiada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como Igreja Mórmon, o pesquisador Dean Busby diz ter controlado a influência do envolvimento religioso na análise do material.

"Independentemente da religiosidade, esperar (para ter relações sexuais) ajuda na formação de melhores processos de comunicação e isso ajuda a melhorar a estabilidade e a satisfação no relacionamento no longo prazo', diz ele. "Há muito mais num relacionamento que sexo, mas descobrimos que aqueles que esperaram mais são mais satisfeitos com o aspecto sexual de seu relacionamento."

O sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, autor do livro Premarital Sex in America, acredita que sexo cedo demais pode realmente atrapalhar o relacionamento. "Casais que chegam à lua de mel cedo demais - isso é, priorizam o sexo logo no início do relacionamento - frequentemente acabam em relacionamentos mal desenvolvidos em aspectos que tornam as relações estáveis e os cônjuges honestos e confiáveis."

Fonte G1

"Valores dos cristãos são os mesmos dos comunistas"



Plínio de Arruda Sampaio
De São Paulo

Muitas pessoas se surpreendem com o fato de alguém declarar-se cristão e comunista. Crendo o primeiro no transcendente e sendo o segundo imanentista, haveria uma contradição insanável entre as duas posições.

No entanto, uma análise objetiva do fato parece levar a uma outra conclusão.

A fé de quem é cristão consiste numa aposta baseada nos valores que o Cristo veio anunciar. Acontece que esses valores são os mesmos que o comunismo proclama: igualdade, liberdade, fraternidade.

O fato de que um os atribua a Deus e outro à História não afeta a identidade entre eles e, portanto, a possibilidade das duas posições sem incidir em incoerência.

A profunda incompatibilidade entre católicos e comunistas, em tempos passados (e de certo modo, até hoje), foi o resultado de um equivoco histórico que os comunistas e católicos sinceros estão procurando consertar. O conflito deu-se na Revolução Francesa, quando a Igreja Católica, aliada à aristocracia, não conseguiu entender a profunda justiça do movimento revolucionário.

A este primeiro choque, sucedeu-se outro: quando a burguesia destronou a aristocracia e passou a perseguir as massas trabalhadoras (antigas aliadas na derrubada da aristocracia), a Igreja passou de armas e bagagens para o lado da burguesia.

Felizmente, contudo, muitos cristãos não aceitaram essa traição ao Cristo e colocaram-se do lado dos trabalhadores.

Há toda uma tradição de cristãos sociais, herdeiros desses primeiros combatentes pela causa do povo.

Recentemente, golpeados pela experiência fracassada da União Soviética, muitos marxistas começaram a rever suas posições anticlericais e dogmáticas. Não se trata de um acordo político, mas de uma revisão teórica.

O alerta pioneiro deve-se a Ernst Bloch. Recentemente Terry Eagleton, Slavoj Zizek e vários outros adotaram a mesma linha.

Em livro admirável, denominado "O Frágil Absoluto", Zizek defende a tese de que o imanentismo marxista explica todos os problemas decorrentes das contradições de classe, mas não tem o que dizer em relação a varias questões que escapam desse conflito. Sendo assim, não há razão para deixar de considerar válida uma explicação que recorre a outros elementos para explicá-las.

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Vitória na praça de alimentação



25 de dezembro de 2010 (Notícias Pró-Família) — À medida que o ano de 2010 estava chegando ao fim, aconteceu algo maravilhoso numa praça de alimentação num shopping center do Canadá. De repente, os clientes despertaram e começaram a cantar, a cantar de forma bela, a cantar o Coro Aleluia de “O Messias” de Handel. O evento “flashmob*”, filmado com múltiplas câmeras escondidas, difundiu-se pelo YouTube, onde foi visto mais que 26 milhões de vezes desde 17 de novembro, tornando-o um dos vídeos mais assistidos da história do YouTube (Assista aqui: http://www.youtube.com/v/SXh7JR9oKVE).


Quando assisti ao vídeo, ponderei a questão do motivo por que eu, um homem crescido que não é conhecido por perder sua compostura, estava chorando como um bebê, e por que muitos outros reagiram da mesma forma, tanto na própria praça de alimentação como entre os usuários que deixaram comentários. Por que é que esse vídeo de uma antiga obra de polifonia cristã estava alcançando e movendo dezenas de milhões de pessoas, uma distinção que normalmente gozam as expressões banais da cultura popular?
A primeira e mais óbvia resposta é que a pura beleza e reverência da peça vêm movendo pessoas às lágrimas desde que foi composta pela primeira vez pelo próprio Handel. De acordo com uma antiga história sobre Handel, seu assistente certa vez o procurou depois de chamá-lo durante vários minutos. Ele encontrou Handel no quarto dele, em lágrimas, enquanto ele estava compondo o Coro Aleluia. “Acho que vi a face de Deus”, disse ele.
Foi comovente ver um povo tão belo, de todas as gerações e procedências raciais, executarem essa grande obra com alegria e reverência, mas ainda mais comovente foi sua capacidade de transformar uma praça de alimentação, um símbolo trivial de nossa cultura consumista cada vez mais degradada, com o louvor glorioso de Deus. Por um momento naquele dia de novembro, o secularismo militante da moderna sociedade emudeceu na face de algo que jamais poderia produzir, nem começar a sondar, uma bela voz de seu passado repudiado, insistindo em verdades que nunca morrerão: e Ele reinará para sempre!
Chorei também pelo mundo perdido da minha infância. Embora a cultura da década de 1970, já cambaleando das agitações da década de 1960, tivesse sido apenas um reflexo pálido da sociedade cristã que a precedeu, muitos elementos dessa civilização perdida estavam ainda intactos. O Coro Aleluia e outras obras semelhantes eram considerados coisas naturais e normais da sociedade, uma defesa do compromisso para com uma cultura cristã que permeou os Estados Unidos, Canadá e boa parte do mundo ocidental. Mas os EUA em que nasci desapareceram, e o Coro Aleluia é agora considerado um ato revolucionário, um gesto de desafio na face de uma sociedade “pós-cristã” cínica.
Mas a cristandade, com Cristo como rei, jamais poderá morrer. Pode ser forçada a se esconder nos subterrâneos por algum tempo, na privacidade dos lares e corações, mas as palavras do Coro Aleluia nos fazem recordar que Jesus Cristo é “o Senhor Deus onipotente”, o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” cujo reinado nunca acabará. O reinado de Cristo desabrochará de forma nova milhares de vezes e em mil lugares, em shopping centers e ruas, em lojas e escritórios governamentais. Sua ressurreição, como a do próprio Cristo, é garantida.
“No momento em que os homens reconhecerem, tanto na vida privada quanto pública, que Cristo é Rei, a sociedade em fim receberá as grandes bênçãos de real liberdade, disciplina organizada, paz e harmonia”, escreveu o Papa Pio XI em sua encíclica que estabelece a festa de Cristo Rei. A isso, que toda a cristandade diga: “Amém”.
Nota do tradutor: Um flashmob (traduzido do inglês para “multidão instantânea”) é um evento onde um grupo de pessoas vai de repente a um lugar público, desenhando movimentos pré-coreografados com certas finalidades.
Artigos relacionados:
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/victory-at-the-food-court
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sexta-feira, dezembro 24, 2010

Um conto nada natalino



por Matheus Soares

Carlinhos era um garoto de 10 anos de idade, pele escura, olhos fundos, cabelos engrenhados, magro, muito magro. Sua roupa suja e toda rasgada denunciava a imagem de um garoto como tantos outros nesse país. Olhar de quem já sofreu muito nessa vida, envelhecido mesmo com tão pouco tempo de vida. Seus pés descalços e calejados definitivamente mostravam que esse garoto acostumou-se a longas caminhadas diariamente.

Seu pai, Agenor, homem de apenas 45 anos, mas com a aparência de mais de 60, mostrava em sua face as marcas dos sofrimentos de uma vida inteira. Radicado do nordeste para a cidade de São Paulo, viu seus sonhos desfazerem-se ao longo dos muitos anos. Catador de papelão, passava o dia recolhendo tudo que encontrava na rua, puxando sua velha carroça.

A família de Carlinhos ainda era composta pela sua mãe, dona Eládia e seus dois irmãos: Juvenal de 6 anos e Daniele de apenas 3.

Na véspera de Natal, Carlinhos não tinha mais esperanças de presentes, nem mesmo a crença em Papai Noel foi mantida. Ele sabia que a vida era mais difícil do que as vitrines mostravam. Seus antigos sonhos, de ser jogador de futebol e depois bombeiro já haviam sido apagados da sua memória, não tinha tempo para essas coisas, precisava ajudar diariamente seu pai com a carroça, percorrendo a cidade toda em busca de conseguir alguns poucos trocados para a família.

Seu Agenor estava feliz, pois conseguira um frango para celebrar o Natal com sua família, mas ao mesmo tempo decepcionado porque não podia dar nenhum presente para seus filhos e sua esposa. O sol na véspera de Natal parecia mais quente, o trabalho mais cansativo. Olhar as pessoas passando sorrindo nas ruas com muitas sacolas nas mãos parecia muito mais um castigo divino. Aonde estava esse Jesus de que tanto ouvia falar?

A noite de Natal foi simples, a mãe de Carlinhos fez o franguinho com todo cuidado do mundo, serviu a todos. E por mais absurdo que isso possa parecer, nenhum dos filhos reclamou da falta de presentes, havia um olhar de alívio estampado em seus rostos por compartilhar de tão singela refeição.

Após a "celebração" foram todos dormir, sem praticamente nenhuma conversa, apenas pensando se teriam algo para comer no outro dia.

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Esse é o fim desse conto, e se você esperava algum tipo de desfecho miraculoso, saiba que ele não aconteceu porque o Jesus que seu Agenor questionava poderia ter sido manifestado através de mim e você, mas preferimos nos preocupar em comprar presentes e preparar uma maravilhosa ceia para agradar apenas aqueles que gostamos e conhecemos.

terça-feira, dezembro 21, 2010

"Quem assim procedeu não é parlamentar, é para lamentar" diz Bispo



Bispo recusa homenagem do Senado em protesto contra aumento
Dom Manuel Edmilson da Cruz receberia comenda de Direitos Humanos.
"Quem assim procedeu não é parlamentar, é para lamentar", disse.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília

O bispo de Limoeiro do Norte (CE), Dom Manuel Edmilson da Cruz, recusou nesta terça-feira (21) receber uma comenda do Senado Federal. Ele afirmou que sua atitude era para protestar contra o aumento salarial de 61,8% aprovado pelos parlamentares em causa própria. A homenagem recusada por ele é a Comenda dos Direitos Humanos Dom Helder Câmara.

A recusa do bispo foi feita em um discurso no plenário do próprio Senado. Ele criticou os parlamentares por aprovar o aumento deste montante para o próprio salário. "Quem assim procedeu não é parlamentar, é para lamentar", disse.
O religioso afirmou que a comenda que lhe foi oferecida não honra a história de Dom Helder Câmara, que teve atuação destacada na luta pelos direitos humanos durante o regime militar.

"A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Câmara. Não representa. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuinte para o bem de todos, com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho", afirmou o bispo.

Ele destacou que o aumento dado aos parlamentares deveria ter como base o reajuste que será concedido ao salário mínimo, de cerca de 6%. "O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isso não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os direitos humanos do nosso povo".

O senador José Nery (PSOL-PA) disse compreender a atitude do bispo. "Entendemos o gesto, o grito, a exigência de Dom Edmilson da Cruz". Nery, que foi um dos três senadores a se manifestar na votação de forma contrária ao aumento, deu prosseguimento a sessão após a atitude do religioso.

Dom Manuel Edmilson da Cruz foi indicado para receber a comenda pelo senador Inácio Arruda (PC do B-CE). Além dele, foram indicados para a homenagem Dom Pedro Casaldáliga, Marcelo Freixo, Wagner de La Torre e Antônio Roberto Cardoso. Apenas este último também estava presente e discursou. Ele afirmou estar "incomodado" com a homenagem, mas disse a ter aceitado porque ela se enquadra dentro de um contexto histórico e de um reconhecimento ao trabalho de Dom Helder Câmara.

Fonte G1

quinta-feira, dezembro 09, 2010

E se Jesus tivesse nascido na época da Internet?



Agência portuguesa faz vídeo onde Maria e José usam Facebook, Twitter e Foursquare

por Redação Galileu
Editora Globo
Maria recebe um SMS do Anjo Gabriel e avisa José por email que vai ter um filho. Ele posta no twitter que irá a Belém, procura a rota Nazaré – Belém pelo Google Maps e faz o "check in" do Estábulo no FourSquare. Depois anunciam pelo Facebook o nascimento do menino Jesus, com foto e tudo. Foi assim que a agência portuguesa Excentric imaginou como seria o nascimento de Jesus nos dias de hoje.
O vídeo, produzido pela agência de publicidade portuguesa para desejar boas festas, tem como mote a frase: "Os tempos mudam, o sentimento continua o mesmo". A paródia já foi vista por mais de 43 mil pessoas no YouTube.
Confira o vídeo feito pela Excentric:

Fonte Revista Galileu
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