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sexta-feira, setembro 28, 2007

Não quero ser da "Geração que dança"



Tudo bem, sou um ranzinza precoce, chato, etc. Isto é fato, e não me importo com esse rótulo. :)

Mas não posso me calar quando vejo tantas e sucessivas imbecilidades em nome de Deus. Parece que vivemos num meio evangélico anestesiado, conformado e estagnado. Todo mundo aceita tudo e ninguém, ao menos, questiona o meio gospel. Vemos que tudo está no mesmo balaio, coisas boas, ruins, coisas que fazem sentido, coisas que não tem sentido nenhum.

A nova coqueluche é essa música "Geração que dança". Música gostosa para ouvir e boa para o propósito dela, dançar, balançar o esqueleto, pular. Para os jovens e adolescentes é um prato cheio, pois estes são continuamente reprimidos com regras tolas de que somente devem ouvir e apreciar coisas do mundo gospel. Tudo que é feito com o nome de Deus, por evangélicos, é bom, o resto é lixo e obra do diabo. Diante dessa repressão abriu-se um nicho de mercado, focado em criar músicas que fazem o povo pular e dançar sem culpa, sem precisar recorrer para as coisas mundanas.

E qual é o grande problema disso? Simplesmente o fato de que para encaixar essa necessidade nas músicas, a Palavra de Deus é barganhada por um mísero prato de lentilhas. Analisando o caso dessa música, gostaria de saber onde a bíblia diz que seremos a geração que dança, ou de que existe uma geração que dança... Ah, mas Davi dançou perante a Arca, Miriã dançou, fulano dançou. Tudo bem, são fatos bíblicos, o que não quer dizer que sejam regras de culto, mas que simplesmente demonstram a alegria dessas pessoas, além é claro da bagagem cultural judaica, que inclui a dança.

Meu problema não é com a dança, mas com a letra sem sentido da música. Jesus nunca disse que marcaremos uma geração com danças, nem que nossas músicas farão alguma diferença, mas que seríamos conhecidos pelo nosso amor, pela nossa misericórdia, pela nossa fidelidade, pela nossa fé. Que devíamos ser sal da terra e luz do mundo, porque através de nós seria levada a revelação de Deus aos homens. Através da igreja o mundo deveria ser guiado em justiça e retidão. Pregaríamos as palavras de arrependimento e vida eterna - isso marca uma geração.

Porém, o que vemos é que mais temos músicas parecidas com as ivetes sangalos da vida, que os "ministros de louvor" tem mais jeito de gugus e faustões do que de servos de Deus. O que vale é animar o bando.

O povo evangélico, a cada dia que passa, cria mais comichão nos ouvidos para ouvir "mestres" que falam aquilo que eles gostam, que os fazem dançar e cantar, mas que não ousam criticar o seu estilo de vida, que não falem de pecado, que não toquem na palavra arrependimento. Mas querem ser tocados em seus sentimentos, querem achar que sua euforia ou lágrimas são a presença do Espírito Santo. Não devemos nos enganar, no fim, é tudo meramente carnal.

Com tudo isso a verdadeira espiritualidade - expressa através do Fruto do Espírito, das obras de justiça, dos sinais, do testemunho cristão - vai para o ralo, escondida e acuada, não tem espaço perante a mídia evangélica que está focada nos grandes preletores e artistas musicais.

Não, eu não quero ser dessa geração que dança, pois é uma geração que está dançando perante os conglomerados comerciais do meio gospel, dança perante a omissão da Igreja nas causas sociais, dança enquanto em cada esquina uma pessoa pede esmolas, dança enquanto nos becos as mulheres se prostituem, dança ao mesmo tempo em que meninos e meninas entram para o mundo das drogas. Eles dançam para satisfazer suas vontades carnais, para divertir-se, não para servir a Deus.

Eu quero ser da geração que dá a vida pelos seus amigos - não há amor maior - da geração que alimenta os famintos, da geração que visita os enfermos e presos, da geração que demonstra o amor a Deus cuidando de seu rebanho, da geração que combate o pecado, o mundo e o diabo, não com danças e triunfalismo barato, mas com atos de amor.

Infelizmente é muito mais fácil dançar e pular dentro dos templos evangélicos do que fazer diferença num mundo caído e contaminado pelo pecado.

Este é meu apelo: Pregadores, pastores, bispos, padres, cléricos, obreiros, apóstolos, missionários, ministros de louvor, líderes, servos, parem de enganar as ovelhas de Deus! Preguem a Palavra, a tempo e fora de tempo! Preguem o arrependimento! Preguem a fé! Preguem a santidade! Componham músicas que expressem os atributos de Deus e sua imutável Palavra! Levem a mensagem do Evangelho, que é Graça sobre Graça, não leis caducas de homens! Amem a Deus, amem a si mesmos, amem ao próximo.

Jovens e adolescentes, dancem, cantem, pulem, vibrem, mas saibam que isso é bom como entretenimento, não tenham medo de apreciar a arte, seja ela evangélica ou não, mas observem tudo e retenham o que é bom. Porém, saibam que isso não é algo que vai nutrir o seu relacionamento com Deus, o que nutre esse relacionamento é jejum, oração, leitura e meditação da Palavra, fé, esperança, amor.

No lugar de "tirar os pés do chão e dançar" deveríamos nos ajoelhar e clamar pelo mundo que jaz no maligno. Deveríamos nos calçar com a preparação do Evangelho, anunciando o arrependimento e a chegada do Reino.

Que Deus nos ajude.

terça-feira, setembro 25, 2007

O porque do amor



Deus criou tudo, do nada. E criou de forma progressiva. Criou observando que o que era criado era bom, bom não para Ele, mas bom para a coroa da criação, bom para o homem. Toda a criação foi destinada às mãos do objeto do amor de Deus, o homem. Deus entrega o universo nas mãos do homem, porque Ele amou o homem. Deus não ama a criação, Deus ama o homem e porque Ele ama o homem a criação expressa o seu amor, para com o homem. A revelação de Deus passa, obrigatoriamente, pela criação, porque ela foi justamente criada com esse propósito.

A lei, os profetas, o Cristo, a Palavra, o Espírito, tudo demonstra o grande amor de Deus para conosco, a ponto de que até mesmo Seu único filho ter sido entregue por nós. A história da humanidade demonstra que desde o princípio Deus quer apenas relacionar-se de forma sadia com o homem, quer que o homem veja o seu cuidado em todas as coisas, quer que o homem confie Nele.

E porque Deus é amor, e porque ele ama o homem, tão somente ele pede a seus filhos que também amem o objeto de Seu amor, o homem. Se dissermos que O amamos devemos amar aqueles a quem ele ama. E porque para com Deus não há acepção de pessoas, devemos amar os pecadores, os soberbos, os altivos, os homicidas, os roubadores, os estupradores, os homossexuais, os bêbados, os humildes, os bons, os maus, os justos, os injustos. Porque Ele mesmo nos mandou seu filho, ainda quando éramos injustos, e Ele mesmo nos justificou. Nos mandou seu filho, quando éramos naturalmente contrários a Ele, nos tornando filhos. Nos deu o Cristo quando éramos desgraçados, mas agora alcançamos graça.

Por isso o relacionamento com Deus nada tem a ver com um sistema religioso, mas com amor. Paulo diz que podemos fazer coisas grandiosas, ter dons maravilhosos, mas se a essência não for o amor é tudo sem sentido.

Então, resta-nos a fé, a esperança e o amor, porém o maior dos três é o amor.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Deus tem grandes coisas para ti...



Nuno Barreto

Estou um bocado cansado desta frase. É um dos chavões que é lançado ao ar sem se pensar se é verdade ou não. Suspeito que tenha origem nas modernas doutrinas da prosperidade. Na minha opinião, a frase não tem qualquer fundamento bíblico. E se Deus não tiver grandes coisas para mim? Porque não podem ser pequenas? Temos de ser todos grandes? Qual é o mal se tiver pequenas coisas para mim? Tenho menos valor por causa disso?

Depois vêm logo as respostas: Olha a vida de Moisés, Abraão, ou de David. Eles não eram nada, mas Deus tinha grandes planos para eles. OK, isso até é verdade. Mas e os outros milhões que existiram na altura de Moisés e de David? A verdade é que Moisés só havia um, para os outros não havia nenhuma expectativa de serem como Moisés. E por outro lado, se o povo judeu chegou onde chegou, não foi só por causa de Moisés, mas de todas as pessoas que compunham o povo, os que estavam em grande plano, e os que não estavam.

O problema deste tipo de bufas teológicas, é que são criadas falsas expectativas na mente das pessoas, e ainda por cima damos a imagem que a pessoa só tem valor se for como Moisés, ou David, ou outro da família deles.

Deus ama toda a criação (incluíndo animais, plantas, e até calhaus), e isso é suficiente para todos termos valor. Ninguém é menos que o outro só porque os planos de Deus para ele são diferentes dos planos para o outro. Temos de acabar de uma vez por todas com essa ilusão de que só algumas tarefas são importantes. No fim, tudo contribui para o reino de Deus.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Por fora bela viola, por dentro pão bolorento!



"Já por carta vos escrevi que não vos comunicásseis com os que se prostituem; com isso não me referia à comunicação em geral com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais. Pois, que me importa julgar os que estão de fora? Não julgais vós os que estão de dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai esse iníquo do meio de vós." I Coríntios 5:9-13

Palavras deveras fortes do Apóstolo Paulo, que continuamente são renegadas pela Igreja. Somos, a cada dia mais, complacentes com os lobos que se infiltram no meio das ovelhas, que são cheios de palavras bonitas, cheios de dons e cheios de si mesmos. Esses que entram na casa de mulherezinhas carregadas de pecados para aumentar ainda mais sua desgraça. Os mesmos que são cheios de religiosidade, moralismo, legalismo e toda sorte de leis humanas, que sobrecarregam o povo com um peso que eles mesmos não suportam.

Cristãos medrosos que aceitam tudo porque "não devemos julgar", e dizendo que um exército não pode lutar contra ele mesmo. Esquecem-se de advertências duras e severas quanto àqueles que dissimuladamente procuram fonte de lucro na fé.

Paulo não fala para que os coríntios apenas esperem e orem, mas que tirem estes de seu meio, que nem ao mesmo assentem-se na mesma mesa.

Infelizmente chegamos a um ponto onde é dificílimo até mesmo separar os verdadeiros dos falsos, visto que as igrejas cada dia mais especializam-se em formar crentes estereotipados e não mais pessoas que sejam reconhecidas como cristãs por sua piedade, por sua fé e por sua misericórdia.

Vivemos a época das belas músicas e da hipocrisia.

Ninguém mais quer ser santo como Ele é santo, ninguém mais tem coragem de dizer "sede meus imitadores como eu sou de Cristo", ninguém mais quer ser exemplo de procedimento e se tornar padrão para os fiéis.

Tenho por certo que o amor de Deus e sua maravilhosa graça é capaz de transformar o mais pobre pecador. Sou consciente de que devo amar até mesmo os inimigos. Mas não posso fazer estas coisas e deixar as outras de lado. Tudo faz parte da palavra de Deus e eu simplesmente quero ser simples como a pomba e prudente como a serpente.

Luto contra a mentira, por amor àqueles que não merecem ser enganados.

Senhor, tenha misericórdia tanto de minha vida, quanto da vida de meus amados irmãos. Vivemos tempos difíceis. Somos assolados por todos os lados, até mesmo por perturbadores da tua santa Igreja, mas cremos na tua palavra - as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dá-me continuamente o dom de discernir os espíritos, a sabedoria e acima de tudo o amor. Que meus irmãos me imitem assim como eu imito a Cristo. Em nome de Jesus. Amém.

Teus altares



João Alexandre

Quão amáveis são os Teus tabernáculos,
Senhor dos Exércitos!
A minh'alma suspira e desfalece pelos Teus átrios!

O pardal encontrou casa,
a andorinha ninho para si...
Eu encontrei Teus altares,
Senhor Rei meu e Deus meu...

Bem-aventurados aqueles que habitam em Tua casa...
Pois um só dia, Senhor, nos Teus átrios, vale mais que mil...

Pois o Senhor é sol e escudo, dá graça e glória!
Não negará bem algum aos que vivem corretamente...

domingo, setembro 09, 2007

Santo lugar



Há de ter um lugar, onde o tempo há de parar.
Onde a paz se faz real e o irreal amor não há não.
Sei que há, pois Deus diz e eu não posso duvidar.
Mesmo que eu não possa imaginar,
Espero em ti, assim espero.

Aleluia, Aleluia, no céu eu vou morar...
Aleluia, Aleluia, pois Cristo vem me buscar.

Há de ter um lugar, onde lágrimas não rolarão,
Fracassados os dias maus da vida em caos
Jamais terei, pois.
Num lugar, santo lugar onde o inimigo ausente estará,
Face a face a Cristo verei
e muitos verão por isso eu canto.

Aleluia, Aleluia, no céu eu vou morar...
Aleluia, Aleluia, pois Cristo vem me buscar.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Religiosidade sufocante



Domingo à noite fui religiosamente ao nosso culto, porém, senti-me estranho, demasiadamente afastado daquilo tudo. Lutei para que meus olhos não olhassem mera religiosidade. O som alto demais incomodava minha alma. A grande sequência de músicas emudeceu meu canto. As obrigações de tesoureiro consumiram boa parte de meu tempo - e paciência. Após o culto tivemos uma pequena reunião de jovens em casa, tratamos de assuntos relacionados à juventude da igreja. Me expressei, mas não me sentia no clima. Segunda-feira mais uma reunião, desta vez com líderes da igreja, algumas resoluções, mais palavras, e até que falei bastante. O restante da semana foi mórbido, muito trabalho e muito cansaço.

Deixo claro que meu compromisso com Deus e minha experiência de Deus continuam ótimas, sinto-me descobrindo os mistérios de meu Pai, e Sua alegria tem me fortalecido. O fato é que a vida religiosa tem me consumido, os compromissos, o ambiente, as pessoas, os títulos, os cargos, sinto que tudo isso desvia as pessoas da Verdade, e a mim próprio.

Aquilo que tenho visto na Palavra de Deus como vida cristã soa como uma aberração para o meio evangélico que vivo, e a cada dia que passa sinto-me mais fraco nessa luta por mudanças. Pareço um menino que sonha em ser astronauta, mas que quando cresce e enxerga a realidade cai em si. Alguns teimam em me dizer que luto por coisas que não são importantes, que minhas discussões são vãs, mas o que farei se é isto que vejo quando penso em Deus? O que farei quando a bíblia me revela coisas tão lindas e maravilhosas que não posso mais engolir a falsa espiritualidade de hoje? O que farei se meu desejo é pastorear as ovelhas de Deus, sem me preocupar com os rituais que denominações ou religiões exigem?

Tão somente almejo transmitir uma espiritualidade verdadeira, mostrar que podemos ser sinceros sobre o que somos e como vivemos nossa religião. Porém estou cercado por grades religiosas, onde os bons são aqueles que tem maravilhosos dons e chamados, que gostam de ocupar os primeiros lugares, mas que não tem idéia do que é amar. Estou cansado da soberba espiritual, da falsa modéstia, da ganância. Estou cansado das estruturas religiosas, das justificativas para baixar o padrão de evangelho.

Minha frustração é passageira, como já veio e foi outras vezes. Mas a dor é real.

Senhor, têm misericórdia de mim, pecador. Mantenha minha mente sã perante as frustrações. Minha fé está em ti, e porque o Senhor nunca se abala, ela permanece e permanecerá. Mostra-me o caminho do amor. Que eu possa te amar cuidando das Tuas ovelhas. Amém.
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