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terça-feira, julho 31, 2007

A honestidade de Pedro e a falsidade da igreja



“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.” João 21:15-17

As duas primeiras interrogações de Jesus, no grego, referem o amor a palavra agapao, que é o amor sacrificial exigido por Ele para um verdadeiro relacionamento, o amor que Deus demonstrou ao mundo enviando seu único filho, porém Pedro responde com a palavra grega phileo, que significa simplificadamente gostar de estar junto, apreciar, e pela última vez Jesus pergunta se Pedro apenas gosta de estar junto Dele, no que Pedro responde afirmativamente entristecendo-se e reconhecendo sua atual condição. Esse momento ocorre após a ressurreição de Cristo, e poucos dias antes o mesmo Pedro havia negado Jesus três vezes.

Nestes últimos dias essa pergunta tem ecoado forte em minha mente: “Tu me amas?” e até me pego em momentos falando estas palavras audivelmente. No tocante a essa passagem das Escrituras sou levado a pensar em algumas coisas, tanto da minha vida como da igreja como um todo. Pedro não teve coragem de explodir seu coração em hipocrisia e falar que “agapao” o Senhor, nem cantou uma canção bonita, muito menos fingiu estar bem quando seu estado de espírito estava abalado. Pedro reconhece seu pecado, reconhece sua incapacidade de amar a Jesus como Ele almeja, mas é o próprio Cristo que mostra o “caminho das pedras”. Se é que posso definir o grande ponto desse texto são as respostas de Jesus a sua própria pergunta: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pedro entende o recado e alguns dias após recebe o Espírito Santo e, de fato, apascenta as ovelhas do Senhor, a ponto de dar sua vida por elas e por Cristo.

Cheguei num ponto em minha vida que já não suporto declarações hipócritas, minhas e da igreja, não consigo repetir mantras de “Eu te amo”, “Estou apaixonado por Ti”, “Vivo só pra Ti”, “És o amado da minh'alma”, Jesus nunca exigiu isso de Pedro, Ele não esperava uma resposta eloquente de Pedro, não esperava um romper de lágrimas e emoções, mas tão somente “Apascenta as minhas ovelhas”, Jesus esperava atitudes e ações dignas de quem o ama! Porém hoje somos a igreja das declarações e canções bonitas, porém da falta de atitude. Somos falsos quando declaramos tantas coisas a Deus e não vivemos nem 1% delas. Hoje as ovelhas do Senhor estão entregues a sua própria sorte, “porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.” (Mt 25:42-43) e “se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (I Jo 4:20).

Até quando me permitirei nutrir minha alma com esse falso cristianismo? Até quando deixarei de ser Igreja de Cristo? Até quando serei assim? Até quando seremos assim?

Considero participar de ministérios, dar aulas, pregar e todo evangelismo por obrigação como esterco porque quero alcançar a Cristo e cumprir os seus mandamentos.

Senhor, Tu sabes que eu gosto de Ti, mas como Pedro sou sincero agora, não consigo amar sacrificialmente, estou preso a minha vidinha medíocre, enredado por trabalho, família, emocionalismos e toda distração, confesso que sou pecador e carente da Tua misericórdia. Sei que o caminho a trilhar é o de pastorear as Tuas ovelhas, portanto, meu Pai, me ajuda porque em mim não habita bem algum, mas tudo é concedido pela Tua graça e misericórdia. Sonda a minha vida, sonda a vida da tua igreja. Corrige meus e nossos erros. Corrige toda hipocrisia e mentira. Corrige todo desvio de comportamento. Que para nós baste conseguirmos ser imitadores de Cristo, que a salvação e vida eterna sejam suficientes para nossas almas, que nos desprendamos do mundo e do que há no mundo. Desejo que todos morramos, que estejamos crucificados com Cristo para assim alcançar a vida eterna. Em nome de Jesus. Amém!

Uma releitura de Malaquias, o profeta incompreendido pela Igreja - Parte 2



Do amor de Deus

“Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre. Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.” Malaquias 1:2-5

Durante toda a história de Israel, e da humanidade, Deus quer mostrar uma coisa: Ele nos ama. E como um Pai amoroso Deus tanto quer mostrar que provê todas as necessidades do Seu povo, que deve confiar plenamente Nele, quanto mostrar que corrige todo desvio comportamental de Seus filhos.

Vemos que o amor de Deus não é uma moeda de troca, pois conforme o texto Ele simplesmente amou Jacó, a tal ponto de abençoá-lo sobremaneira, dando uma descendência como a areia do mar, e exigindo apenas o comprometimento deste povo.

Porém era um povo de dura cerviz, capazes de depois de tantas maravilhas e tanto cuidado exercido de Deus para com eles perguntarem “Em que nos tem amado?”. Não quero neste ponto transformar Deus em humano, nem atribuir sentimentos humanos a Ele, mas por sermos feitos imagem e semelhança Dele imagino que como Pai amoroso Ele deve ter sofrido. Depois de tanto cuidado e zêlo, tantas revelações miraculosas, tantos prodígios, tantas profecias, tanto amor, receber essa pergunta em troca parece como a traição do próprio Judas.

Porque temos tanta dificuldade em enxergar o amor e cuidado de Deus em nossas vidas? Sabemos apenas exigir e exigir, como crianças mimadas, as bençãos Dele, mas somos incapazes de retribuir seu amor. E o que é retribuir o amor de Deus? Cumprir os seus santos mandamentos. Assim como o povo de Israel recebeu a Lei e deveria cumpri-la por amor, assim nós devemos cumprir a Lei a nós destinada. Não Lei de tábuas de pedra, mas a Lei que Ele mesmo põe em nossos corações. Somos capazes de criar leis que não são de Deus para nós e para a Igreja, mas incapazes de amar o nosso próximo como a nós mesmos.

Infelizmente usamos até a própria profecia de Malaquias para isso, interpretando-a erroneamente, criando jugo desnecessário e deixando de lado a vontade de Deus.

Precisamos parar de perguntar “No que nos tens amado.” e começar a enxergá-Lo em toda nossa vida, em todo cuidado e providência, em toda correção, em toda angústia ou tribulação, na natureza, na vida, nos nossos irmãos.

Ele nos tem amado em tudo, nós é que não correspondemos.

segunda-feira, julho 30, 2007

Uma oração



"Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca! Ganho entendimento por meio dos teus preceitos; por isso odeio todo caminho de falsidade. A tua palavra é lâmpada que ilumina meus passos e luz que clareia o meu caminho." Salmo 119:103-105

Senhor, sabes que odeio todo caminho de falsidade e mentira, sabes ainda que tenho procurando manter-me íntegro perante a Tua presença e perante os meus irmãos. Sabes que procuro amar-te não por palavras, mas apascentando o TEU rebanho. Portanto, Pai, abençoa aqueles que me maldizem e mentem a meu respeito, cuida de suas vidas e não lhe impute pecado algum, pois creio que nem sabem o que fazem - Tu sabes o quanto para mim é difícil pedir isso, mas sou impelido pelo teu exemplo. Corrige-me nos meus erros, que a tua vara de correção recaia sobre mim quando peco contra ti e contra meus irmãos, pois sei que o Senhor corrige a todos quanto ama. Não espero que me livre das provações, mas que conforte meu coração, que a tua alegria, de fato, seja a minha força. Em nome de Jesus, o Cristo de Deus, Amém.

quarta-feira, julho 25, 2007

Uma releitura de Malaquias, o profeta incompreendido pela Igreja - Parte 1



"A palavra do Senhor a Israel, por intermédio de Malaquias." Malaquias 1:1

Malaquias, sem sombra de dúvidas, é um dos profetas mais citados por todas as igrejas evangélicas, alguns jocosamente dizem que São Malaquias é o santo dos pastores, devido às cobranças que estes fazem sobre o povo referente às advertências do profeta sobre a negligência do povo de Israel com relação aos dízimos e ofertas.

Infelizmente acabamos por achar que Malaquias profetizou apenas sobre dízimos e ofertas, e desconsiderando todo o contexto do seu livro e todo o contexto da história do povo de Israel tentamos aplicar estas profecias diretamente na Igreja de Cristo, porém, como veremos, existe uma riqueza e profundidade em seus escritos que reduzi-los a esse assunto é simplesmente deturpar a Palavra de Deus, que não consiste em apenas alguns versículos, mas é a Bíblia em sua integralidade.

Nossa análise começa no capítulo 1, versículo 1, e nesse artigo ficaremos apenas nesse verso.

"A palavra do Senhor" - Notamos aqui que existe a preocupação de mostrar que todo o conteúdo do livro é "a palavra" do Senhor, isto é, não são algumas palavras do Senhor e outras do profeta, ou que são recomendações do profeta, mas que a totalidade da revelação profética vem do Senhor, que tudo aquilo que o profeta descreve são ordens expressas do próprio Deus para o bem do povo de Israel, sabemos que por toda a história houveram os falsos profetas, que profetizando mentiras enganaram por muitas vezes povos e reis, inclusive de Israel e Judá, mas Malaquias tem consciência de que esta Palavra que o Senhor lhe confiou é digna de aceitação e que deve ser obedecida imediatamente pelo povo, antes que o Senhor julgue seus pecados.

Prosseguindo no versículo vemos que a Palavra do Senhor tem endereço, e este é Israel. Podemos nos perguntar qual é a importância disso, qual a relevância, afinal é notório para todos que foi uma profecia para a nação de Israel. Porém, na prática, o que vemos hoje é uma total ignorância de líderes religiosos, que teimam em pegar profecias e textos da Velha Aliança, direcionadas ao povo de Israel e aplicá-las na Igreja de Cristo, ipsis litteris. Porque isso acontece? Enxergo apenas duas possibilidades: 1) Ou são totalmente ignorantes no que concerte à interpretação das Escrituras, 2) Ou são mal-intencionados e usam os textos bíblicos à seu bel prazer. Entre as duas muda-se apenas a motivação, mas permanece o erro, permanece o dano causado às pessoas por um ensino errado.

O que faremos então? Devemos ignorar o Velho Testamento? Ele não nos serve pra nada? É claro que não! Como disse no começo a bíblia é a Palavra de Deus revelada na sua integralidade, desde Gênesis ao Apocalipse. O erro consiste em interpretar e aplicar os textos de forma errada, desconsiderar seu contexto, desconsiderar que somos gentilicos e Igreja, não Israelitas, desconsiderar que vivemos a dispensação da Graça, enfim, desconsiderar o sacrifício de Cristo. Veremos que embora não estejamos presos aos preceitos da Lei, como o povo de Israel estava, somos conclamados pelo Senhor a seguir seus princípios, que são imutáveis. Temos uma outra lei que opera em nós, a lei do amor, do Espírito e da Vida, esta lei não está em tábuas de pedra, mas está gravada em nossos corações.

Por fim, o versículo nos diz que essa revelação da Palavra do Senhor foi feita por intermédio de Malaquias, e aqui vemos a humildade do profeta, que não usurpa a autoridade de Deus para si próprio, muito pelo contrário, reconhece que a profecia vem do Autor e Criador de toda existência, reconhece que é apenas um mero instrumento nas mãos do Deus Altíssimo e submete-se à sua vontade, falando Sua palavra.

Que possamos, como Malaquias, ter humildade para receber a Palavra do Senhor e ousadia para anunciá-la, lembrando sempre que somos instrumentos de Sua vontade, não senhores e donos da verdade. Que o Espírito Santo nos auxilie na nossa interpretação da Palavra, que nem mesmo por ignorância sobrecarreguemos nossos irmãos com jugo desnecessário. Que sejamos fiéis ao Criador e sua santa doutrina.

domingo, julho 22, 2007

O evangelho desumano e o cristianismo das aparências




“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto de anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.” Colossenses 2:16-19


Paulo, o apóstolo dos gentios, judeu, cidadão romano, ex-fariseu, ex-perseguidor da Igreja, teria todos os motivos para ser um guardião da lei e seus preceitos, chamado e escolhido por Cristo sobrenaturalmente, agraciado com visões inefáveis, coberto de autoridade a ponto de repreender o apóstolo Pedro, sim, é neste Paulo que Deus coloca um espinho na carne, para que não se achasse superior aos demais e para revelar que o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza do homem.

Hoje vemos muitos que por muito menos já acham-se em posição superior aos irmãos a ponto de inventar regras e doutrinas humanas para satisfazer seu egocentrismo, dizem-se com tamanho relacionamento com Deus que este lhes entrega visões particulares, modelos maravilhosos, conhecimento nunca dantes alcançado.

Pensamos que nossas igrejas supostamente pregam a verdade, mas a verdade é que estamos longe da Verdade. Criamos leis e cerimonialismos sem fim, usamos os textos bíblicos a nossa própria vontade e interpretação, encaixamos esses textos em pensamentos contrários aos de Deus e ainda atribuímos isso a Ele. Nossas orações revelam uma espiritualidade fraca, são tão automáticas e vazias que são facilmente repetidas por toda a congregação, nossas músicas mostram nossa pobreza em todos os sentidos, pobreza teológica, pobreza rítmica, pobreza espiritual, pobreza da alma. Parece que ninguém é mais capaz de criar nada novo, vivemos das inspirações norte-americanas, ou de nossos conterrâneos que já se desvirtuaram do evangelho de Cristo. Nossas pregações são nutridas pelo humanismo e pela auto-ajuda. Ninguém mais quer reconhecer sua fraqueza diante de Deus, ninguém mais quer depender Dele, ninguém mais quer esperar. Os pastores precisam encher as igrejas, precisam agradar o povo e supostamente devem dar um “alimento” todo domingo. A verdade é que desde os líderes até as humildes ovelhas o compromisso com Deus é vago. Não oramos, não jejuamos, não lemos e meditamos na bíblia como deveríamos. Somos clones de religiosos e com isso carregamos o peso da vã religião.

No afoito de mostrar a presença de Deus criamos os maiores absurdos, forjamos os super-crentes, aqueles que entram na igreja sorrindo, que levantam as mãos no louvor, que soltam a voz a plenos pulmões, que se emociona, que sente-se alimentado por pregações vazias. No seu íntimo ele sabe que vive atrás de uma máscara, que sua vida é miserável e faltosa da graça de Deus, que precisa de ajuda, do Pai e dos seus irmãos na fé, mas demonstrar isso na igreja é sinal de fraqueza, sendo assim ele continua disfarçando por quanto tempo conseguir.

Perdemos o senso da humanidade das pessoas, desvalorizamos seus sentimentos, pisamos na sua pequena fé, exigimos o cristianismo de aparências. Não toque, não coma, não beba, não ouça, faça isso, faça aquilo, participe deste ministério, participe daquele outro. Nos sentimos aprisionados num cárcere que é a igreja. Perdemos a nossa liberdade cristã, perdemos o amor dos irmãos, e alguns chegam ao ponto de perder a fé.

A solução para tudo isso é tão simples, mas penosa para ser executada. É necessário abnegação, compromisso, amor a Deus e amor ao próximo. É como Paulo escreve na carta aos colossenses, retendo a cabeça, que é Cristo, cresceremos o crescimento que vem de Deus. Não o crescimento pregado por métodos e modelos, por músicas, por pregações, mas do próprio Cristo nos ensinando, o próprio Caminho, Verdade e Vida atuando em nossas vidas, através do Espírito Santo, poderoso, santo e imaculado, que com gemidos inexprimíveis leva nos necessidades ao Pai, nos convence da nossa miserabilidade e da grandeza de Deus.

Quero uma carreira cristã longe dos modismos, regras e leis evangélicas, distante do disfarce de cristão, longe da desumanidade. Quero falar e cantar aquilo que sinto, expressar aquilo que penso, adorar a Deus como Ele quer que eu adore – e não como querem que eu o faça – quero viver a graça, quero sentir a misericórdia, quero provar do amor do Pai. Quero mostrar que também sou humano aos irmãos, mas quero ter ousadia para dizer que sejam meus imitadores como eu sou de Cristo. Quero viver uma vida santa, mas santa segundo Deus não segundo os homens. Quero servir, não ser servido, quero me humilhar e não me exaltar.

Sei que a porta é estreita e o caminho apertado que conduz a salvação, mas creio que a graça e misericórdia de Deus são suficientes para conduzir a mim e a sua Igreja por ela. Precisamos que Ele mesmo nos aumente a fé.

quarta-feira, julho 18, 2007

Perfeição



Letra: Renato Russo
Música: Dado Villa Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá
Inc. "O Bêbado e a Equilibrista" (A. Blanc/J. Bosco)

1

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladroes

Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar o nosso governo
E nosso estado que não é nação

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião

Vamos celebrar Eros e Thanatus
Perséphone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade

2

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
E os mortos por falta de hospitais

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
E o voto dos analfabetos

Comemorar a água podre
Todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo e nosso pequeno universo

Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo o roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã


3

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar

Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos

Tudo o que é gratuito e feio
Tudo o que é normal

Vamos cantar juntos o hino nacional
(A lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão


4

Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada

Vamos celebrar a aberração
De toda nossa falta de bom senso

Nosso descaso por educação

Vamos celebrar o horror de tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já aqui também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa canção


5

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha, que o que vem é perfeição

terça-feira, julho 17, 2007

Quando desprezamos a vontade de Deus somos entregues ao nosso próprio engano



"Então disse o rei de Israel a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor - Micaías, filho de Inlá; porém eu o odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas somente o mal. Ao que disse Jeosafá: Não fale o rei assim." I Reis 22:8

O cenário é a necessidade do rei de Judá de retomar a terra de Ramote-Gileade dos Sírios, e para tanto é proposta uma aliança ao rei de Israel, este ajunta 400 profetas e todos à uma declaram que o Senhor dará vitória, Porém Josafá, rei de Judá, percebe que esses profetas não valem nada e pede a palavra de outro profeta de Israel no que Acabe a contra-gosto manda chamar Micaías, que segundo ele nunca profetiza nada de bom a seu respeito.

Quando Micaías chega a sua palavra é favorável ao rei, e apesar disso Acabe insiste para que Micaías fale toda a verdade, talvez apenas para provar sua teoria de que Micaías só faz aborrecer-lhe, e assim o profeta diz "Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa.", com isso fica enfurecido Acabe, mas Micaías prossegue "Ouve, pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé junto a ele, à sua direita e à sua esquerda. E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe a subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro. Então saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe perguntou: De que modo? Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.". A fúria de Acabe é tão grande que ele manda que o profeta seja preso até que ele volte furioso - o que não aconteceria. Acabe morre em batalha e a profecia cumpre-se.

Quantas e quantas vezes procuramos a Deus com a nossa própria vontade em punhos, totalmente indispostos para ouvir a verdade. Como o rei Acabe ficamos aborrecidos quando Deus quer nos falar coisas desagradáveis e assim procuramos qualquer ou qualquer um que nos diga boas palavras. Cercamo-nos de profetas e, segundo a nova moda, ministros de louvor que só fazem falar coisas boas e bonitas, que não tem compromisso em pregar a palavra, apenas em inflar nosso ego e satisfazer o nosso prazer. Ainda nós mesmos, quantas vezes teimamos em nos enganar, usando textos bíblicos de acordo com nossa vã interpretação, orando para "mudar" a vontade de Deus ao invés de Ele nos mudar. Corremos atrás de qualquer show da fé e sessão de descarrego porque como Acabe não queremos ouvir a verdadeira Palavra de Deus, queremos apenas ouvir a nossa própria vontade.

Em contrapartida Deus permite nosso engano, e, pasmem, Ele mesmo promove um espírito a sair e enganar aquele que está predisposto a isso. Para estes Deus tem reservada a ruína e o cálice da sua ira, visto que tem comichão nos ouvidos e afastam-se da verdade em favor da mentira.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós, que possamos aprender a nos submeter a sua santa vontade, mesmo quando essa é totalmente oposta a nossa. Que ouçamos a verdadeira voz do Pai e que Ele nos poupe dos espíritos que pregam enganos.

segunda-feira, julho 16, 2007

Os subterfúgios da igreja descompromissada




Onde será o próximo congresso? E acampamento? Ainda há vaga pra ir naquele show? Venha pro Encontro, é uma benção! Anunciamos que daqui 2 meses teremos o tão esperando encontro de casais, faça sua inscrição!

São frases extremamente comuns em nossas comunidades. Vivemos, inspiramos e transpiramos mega-eventos, são tantas as atividades que ficamos até sufocados. Todos querem ir no show da melhor banda gospel de todos os tempos da última semana. Organizamos retiros espirituais visando resolver todos os problemas das pessoas da igreja, almejamos que a transformação das vidas seja tão mais rápida quanto ir a um fast-food. Segmentamos a igreja em terceira idade, casais, jovens, adolescentes, pré-adolescentes, crianças, como se vivessemos cada um na sua idade isoladamente e como se um não tivesse o que adicionar ou aprender com a vida do outro.

Qual a causa desse frenesi todo? Seriam os novos métodos de Deus revelados para os líderes de nosso tempo? Ou é uma visão dada por Deus e que deve ser seguida por todos? Talvez novas formas descobertas pela pedagogia para aprimorar o ensino? Não. Vivemos pura e simplismente a época onde a igreja é totalmente descompromissada com a forma primitiva de cristianismo: o discipulado. O modelo de Jesus e dos apóstolos era puro e simples, fazer discípulos, conviver com eles, ensiná-los aos seus pés. Então se é o modelo bíblico, porque inventamos tanta novidade para substitui-lo? Porque o discipulado exige compromisso de cada um com seu próximo, compromisso de preocupar-se com todos os aspectos de sua vida, compromisso de abrir a porta de sua casa e assim, a sua vida, para que os novos na fé possam ser ensinados aos seus pés, e além de tudo exige uma vida cristã legítima, longe do cristianismo de aparências dos séculos XX e XXI, aquilo que se prega fora será observado dentro de sua própria casa por um "elemento estranho".

Infelizmente são poucos aqueles dispostos a discipular, a prover o genuíno leite espiritual do Senhor, são poucos os que tem coragem de expor a sua vida, são poucos os que realmente amam ao próximo como a si mesmo, e se não amam ao próximo, como ousam dizer que amam a Deus?

Daí surgem essas fórmulas mirabolantes, tentando suprir a falta da igreja em ser... igreja. A igreja anseia em ser templo, em ser música, em ser serviço social, ansei em ser grande... mas não anseia ser igreja. Despreza o conceito de comunidade, despreza a herança apostólica, despreza as palavras do Bom Mestre.

Quando acordaremos para as verdades essenciais do Reino de Deus?

Talvez daqui a pouco seja tarde, e o próprio Senhor separá os bodes das ovelhas.

domingo, julho 15, 2007

Meu chamado



Antes mesmo de converter-me eu já sabia que Deus me chamara para o pastorado, sim, serei um pastor. Essa certeza cresceu com o passar dos anos, mas a visão sobre como isso se dará mudou drasticamente, esse texto é quase que uma declaração de compromisso com relação ao chamado divino para o desenvolvimento dessa função no Corpo de Cristo.

Fui chamado para ser pastor, não conferencista, nem exímio pregador da palavra, não almejo arrebatar multidões com belas e inefáveis coisas.
Fui chamado para ser pastor, isto é, cuidar do rebanho, visitar os irmãos em suas casas, gastar tempo ligando e conversando com eles, desenvolver relacionamentos sólidos em amor.
Fui chamado para ser pastor, não para ser funcionário de uma denominação, visto que tenho o exemplo de Paulo, homem cheio do Espírito Santo e dotado de maravilhosos dons, não julgava-se superior a ninguem, trabalhava para não ser pesado aos irmãos, a carreira que cumpriu na fé não era uma mera carreira eclesiástica - isso é o que almejo.
Fui chamado para ser pastor, não um administrador de imóveis, nem administrador de uma organização, não me gastarei em contas intermináveis de coisas materiais, nem com a distribuição das cestas básicas, mas me cercarei de homens cheios do Espírito Santo, para que assim eu possa me dedicar a oração, à Palavra e à comunhão.
Fui chamado para ser pastor, não alguém que almeja agradar a todo mundo, não - não sou nada político, as Palavras de Cristo são loucura para o mundo, condenam o pecador, redimem o fraco, eleva aos humildes, é extremamente cortante e eficaz, agrade-se quem se agradar, rejeite-a quem a rejeitar, estou aqui para meramente anunciá-la.
Fui chamado para ser pastor, não para ser porta de entrada para a morte na panela no centro da igreja de Cristo, as heresias, as mentiras, os pensamentos positivistas, os evangelicalismos, os comunidadismos, os sincretismos e todo tipo de mentira devem - e serão - combatidos por mim como quando Davi enfrenta ursos e leões para defender o rebanho.
Fui chamado para ser pastor, não um santo milagreiro, nem o interecessor entre o pecador e Deus, mas sim para instruir que cada membro do corpo tem seu dom, que todos são sacerdotes na Nova Aliança, que todos foram chamados para ser sal e luz do mundo.
Fui chamado para ser pastor, não popstar de um grupo musical, mas para mostrar que a música tem seu lugar dentro do culto a Deus, lugar este que não é melhor, nem aproxima ninguem mais de Deus do que qualquer outra coisa feita para Ele.
Fui chamado para ser pastor, não para ser chamado de "pastor", pastorerar não é exibir um título, é uma mera função dentro do corpo, sou e continuarei sendo o Matheus, e pela misericórdia de Deus, pastor das ovelhas Dele.
Enfim, fui chamado para ser pastor, o menor dos menores no Reino de Deus, simplesmente um servo, que deve estar pronto pra servir, e assim tenho me colocado desde quando me converti, cansado ou não, atarefado ou não, em funções que gosto ou não, em tarefas inexpressivas ou não, sou servo, e Deus me permita que não da boca pra fora, pois hoje é o tempo de muitos pastores dizerem-se servos mas incapazes de servir.

Amo meu chamado, porque Deus me chamou. Mesmo que perante tudo que Ele tem me dado - salvação, justificação, santificação, vida eterna, Espírito Santo - seja quase nada, sinto-me minimamente pagando a dívida que tinha e que Cristo pagou na cruz.

Deus me ouça e me ajude a manter-me firme nesses ideais.

sexta-feira, julho 13, 2007

Temos o governo que merecemos



Diariamente vemos na TV escândalos envolvendo políticos e lideranças do nosso país, é mensaleiro pra cá, sanguessuga pra lá, superfaturamento em obras, estatais servindo interesses pessoais e partidários, o presidente do senado manipulando o próprio processo em que está sendo investigado, o irmão do presidente da república envolvido em escândalos por mera "inocência", senadores dizendo que nem eles próprios tem moral pra falar de ética.
Ainda temos os discursos que não batem, de um lado um ministro dizendo que a carga tributária do país é enorme e que precisamos reduzi-las, do outro o presidente diz que para oferecer bons serviços públicos é necessário taxas de impostos altas, e o engraçado é que somos o país "emergente" com a maior carga de impostos e ironicamente com os piores serviços públicos prestados.
Um tremendo escândalo por causa da "crise aérea", reportagens diárias e estatísticas sobre atrasos de vôos, pessoas berrando nas filas, baderna, o governo com uma reação apática e até cômica pedindo pra "relaxar e gozar". Enquanto isso durante anos idosos passam horas em filas na madrugada esperando pra receber seu direito do INSS, muitos morrem sem receber aquilo que pagaram a vida toda, e devido ao grande número de fraudes dos beneficiários tem que a cada 6 meses se recadastrar, passando sempre pela humilhação e pelo descaso. Diariamente vemos a crise aérea, mas ninguem mostra os pobres trabalhadores desse país que diariamente encaram 4 horas de viagem em ônibus, espremidos, sufocados, apenas para ganhar o pão de cada dia (isso quando o dinheiro dá), o preço do transporte que cresce de forma meteórica. Infelizmente idosos e pobres não tem voz nesse país, por isso só existe a "crise aérea". Os ricos reclamam, e são ouvidos.
No cenário mundial o Brasil é uma grande piada, pisoteado por bolivias da vida, motivo de piada para os grandes, afinal, somos o país do futebol, carnaval e samba. O país do turismo sexual, o país da libertinagem, o país da vergonha.
Os culpados são os governantes? A culpa foi da ditadura? A culpa foi da colonização portuguesa? Não. A culpa é nossa! Somos o grande problema dessa nação naturalmente abençoada por Deus. Fomos nós que criamos o "jeitinho brasileiro", jeitinho de burlar as normas e as regras em benefício próprio. A maioria dos brasileiros quer levar vantagem em tudo, mesmo que seja pra ganhar um lápis, vale a pena deixar de lado valores e moral. Dizem que numa pesquisa 80% das pessoas afirmou que faria a mesma coisa que os políticos atuais, isto é, roubariam.
Pensamos e agimos como as grandes redes de TV nos mandam. Somos facilmente manipuláveis. Preferimos sempre o caminho mais fácil. Dinheiro fácil? Fé de lâmpada mágica? Aqui é o lugar.
Esforçar-se pra que? O próximo feriado tá chegando... vamos curtir uma praia.
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