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terça-feira, julho 31, 2007

A honestidade de Pedro e a falsidade da igreja



“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.” João 21:15-17

As duas primeiras interrogações de Jesus, no grego, referem o amor a palavra agapao, que é o amor sacrificial exigido por Ele para um verdadeiro relacionamento, o amor que Deus demonstrou ao mundo enviando seu único filho, porém Pedro responde com a palavra grega phileo, que significa simplificadamente gostar de estar junto, apreciar, e pela última vez Jesus pergunta se Pedro apenas gosta de estar junto Dele, no que Pedro responde afirmativamente entristecendo-se e reconhecendo sua atual condição. Esse momento ocorre após a ressurreição de Cristo, e poucos dias antes o mesmo Pedro havia negado Jesus três vezes.

Nestes últimos dias essa pergunta tem ecoado forte em minha mente: “Tu me amas?” e até me pego em momentos falando estas palavras audivelmente. No tocante a essa passagem das Escrituras sou levado a pensar em algumas coisas, tanto da minha vida como da igreja como um todo. Pedro não teve coragem de explodir seu coração em hipocrisia e falar que “agapao” o Senhor, nem cantou uma canção bonita, muito menos fingiu estar bem quando seu estado de espírito estava abalado. Pedro reconhece seu pecado, reconhece sua incapacidade de amar a Jesus como Ele almeja, mas é o próprio Cristo que mostra o “caminho das pedras”. Se é que posso definir o grande ponto desse texto são as respostas de Jesus a sua própria pergunta: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pedro entende o recado e alguns dias após recebe o Espírito Santo e, de fato, apascenta as ovelhas do Senhor, a ponto de dar sua vida por elas e por Cristo.

Cheguei num ponto em minha vida que já não suporto declarações hipócritas, minhas e da igreja, não consigo repetir mantras de “Eu te amo”, “Estou apaixonado por Ti”, “Vivo só pra Ti”, “És o amado da minh'alma”, Jesus nunca exigiu isso de Pedro, Ele não esperava uma resposta eloquente de Pedro, não esperava um romper de lágrimas e emoções, mas tão somente “Apascenta as minhas ovelhas”, Jesus esperava atitudes e ações dignas de quem o ama! Porém hoje somos a igreja das declarações e canções bonitas, porém da falta de atitude. Somos falsos quando declaramos tantas coisas a Deus e não vivemos nem 1% delas. Hoje as ovelhas do Senhor estão entregues a sua própria sorte, “porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.” (Mt 25:42-43) e “se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (I Jo 4:20).

Até quando me permitirei nutrir minha alma com esse falso cristianismo? Até quando deixarei de ser Igreja de Cristo? Até quando serei assim? Até quando seremos assim?

Considero participar de ministérios, dar aulas, pregar e todo evangelismo por obrigação como esterco porque quero alcançar a Cristo e cumprir os seus mandamentos.

Senhor, Tu sabes que eu gosto de Ti, mas como Pedro sou sincero agora, não consigo amar sacrificialmente, estou preso a minha vidinha medíocre, enredado por trabalho, família, emocionalismos e toda distração, confesso que sou pecador e carente da Tua misericórdia. Sei que o caminho a trilhar é o de pastorear as Tuas ovelhas, portanto, meu Pai, me ajuda porque em mim não habita bem algum, mas tudo é concedido pela Tua graça e misericórdia. Sonda a minha vida, sonda a vida da tua igreja. Corrige meus e nossos erros. Corrige toda hipocrisia e mentira. Corrige todo desvio de comportamento. Que para nós baste conseguirmos ser imitadores de Cristo, que a salvação e vida eterna sejam suficientes para nossas almas, que nos desprendamos do mundo e do que há no mundo. Desejo que todos morramos, que estejamos crucificados com Cristo para assim alcançar a vida eterna. Em nome de Jesus. Amém!

Um comentário:

Unknown disse...

Olha Matheus eu me vi nas suas palavras, até parece que era eu falando, pois eu estou me sentindo exatamente assim. Sua indiguinação é a minha indignação seu anseio o meu anseio. Foi de Deus ter lido seu artigo, sei q não estou só (claro, primeiramente porque Deus está comigo) e q a capacidade de se indignar diante da falsidade ainda habita o coração de muitos irmãos. Noto também que esta doença chamada hipocresia está presente em toda Igreja (povo de Deus, independente da denominação e do lugar) e males como raiz de amargura e dificuldade para perdoar tem se alastrado em nosso meio.
Também rogo a Deus pela cura sentimental, ideológica e comportamental minha e de toda Igreja. E que a esperança de um futuro glorioso jamais seja destruida em nosos corações por causa das condições do presente. Precisamos mesmo sermos crucificados com Cristo!

Um abraço, fica com Deus!!!

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