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quinta-feira, março 22, 2007

Arrependei-vos




Arrependimento hoje virou apenas uma palavra na nossa famosa oração para que uma pessoa aceite Jesus, usamos 1001 estratégias para que a pessoa repita algumas palavras, dentre elas o arrependimento, mas essencialmente essa "aceitação" é totalmente desprovida da mudança de mente necessária para o conhecimento de Cristo.

Essa mensagem é tão importante que em pontos cruciais do cristianismo ela foi pregada. Depois dos 400 anos de silêncio profético surge João, o Batista, pregando "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus."(Mt 3:2). Possivelmente a primeira pregação de Jesus foi "Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei- vos, porque é chegado o reino dos céus." (Mt 4:17). Quando Jesus está para subir aos céus no Monte das Oliveiras após a Ressurreição "e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém." (Lc 24:46-47). A primeira pregação apostólica após a descida do Espírito Santo foi "Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo." (At 2:38).

Não é de se estranhar que essa maravilhosa mensagem seja tão esquecida em nossos dias, pois ela envolve uma sincera compreensão de que o homem é pecador e sincero desejo de mudança de mente e atitudes perante o Pai, reconhecendo o Senhorio de Cristo e confiando na obra do Espírito Santo, coisas que nada tem a ver com a busca do prazer, satisfação de necessidades e falta de comprometimento tão latentes em nosso meio.

Arrepender-se já não é o primeiro passo para o Caminho, mas é meramente uma formalidade, e o que consideramos importante hoje é que por qualquer meio a pessoa considere-se "crente", seja por sentir-se bem, seja por emocionar-se, seja pelos milagres.

Não podemos nos enganar, a mensagem da cruz de Cristo não mudou. Nós é que mudamos.

Ainda que me mate, Nele esperarei




Essa afirmação de Jó é um tapa na minha cara. Na minha vaidade acabo por me acomodar, achando que prego a Palavra de Deus, que trabalho em sua seara e dou um bom testemunho cristão. Ledo engano. A fé dos santos de Deus que a Bíblia relata é outra completamente diferente. Ela não é baseada em ritos, em comodiade ou em sistemas, mas sim em total abnegação e provação, como no Velho Testamento temos Abraão, José, Jó, Davi, Elias e no Novo Pedro, Paulo, Barnabé, Silas, Estêvão e tantos outros.

Tiago incentiva os cristãos a ter alegria quando passarem por provações, Paulo se alegra na prisão porque isso tem contribuído para a divulgação do evangelho, Jesus diz que temos que odiar a nossa vida nesse mundo para alcançar a vida eterna.

As bem-aventuranças proferidas por Cristo batem de frente com nossos valores egoístas e hedonistas. Vivemos uma espiritualidade alienada, ignoramos o sofrimento do povo que perece. A cada dia que passa enxergo-me mais próximo da mentalidade farisaica.

Minha oração é: Senhor aumenta minha fé! E quase sem entender peço que me prove, sabendo que se ele me provar, irei gemer e me angustiarei, clamarei para fugir da dor, mas que Ele não me ouça nesses momentos, que meus pedidos por vitória sejam ignorados pelo Pai, mas que eu possa aprender com o sofrimento.

segunda-feira, março 19, 2007

O ministério Jesuítico




Gostaria de propôr um novo ministério para a religião evangélica, o Jesuítico. Pode parecer confuso, mas eu explico: Em nossos dias o meio evangélico tem restaurado antigos ministérios e títulos da religião Judaica, como o ministério levítico, destinado aos santos músicos, o ministério gadita, para os valentes conquistadores de territórios, o sacerdócio, onde pastores, bispos e apóstolos tornaram-se mediadores entre Deus e nós, homens pecadores. Nesse clima de reviver o passado, esquecemo-nos da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, visto que temos a herança de quase 1500 anos sob seu domínio, parece ser digno capturar um pouco de sua história e contextualizá-la em nosso arraial, e na verdade já o temos feito, apenas falta um nome apropriado para estas práticas, e não há título melhor do que ministério Jesuítico, baseado na famosa Companhia de Jesus. Explicarei a seguir os principais pontos em que demonstramos profunda semelhança com os seguidores de Inácio de Loyola.

Retiros espirituais
Inácio de Loyola foi um precursor dos "Exercícios espirituais", que incluiam abnegação, afastamento da sociedade, rezas e etc. Hoje na igreja evangélica somos, orgulhosamente, mestres em retirar-nos, fugindo das festas carnais como o carnaval para lugares onde, felizes, encontramos muitas pessoas sãs e deixamos o mundo perecer no pecado.

Crescimento
Os pensamentos dos Jesuítas ao chegarem em novas terras eram os mais belos possíveis, catequizar os nativos, trazendo-os para a inerrante fé Papal. Imagino que nossos slogans como "Ganhar o Brasil para Jesus" são totalmente conformados a essa mentalidade, o crescimento pelo qual passamos deve até mesmo ser maior do que o sucesso dos Jesuítas.

Costumes
Para os Jesuítas não bastava apenas uma confissão do Senhorio de Cristo na vida dos nativos, era necessário uma mudança exterior. Andar nu, fazer desenhos no corpo, tocar músicas com batidas estranhas, alimentar-se da terra eram consideradas grandes heresias e deveriam ser totalmente extirpadas, para que pudessem conservar sua salvação. Nisso os evangélicos contemporâneos são campeões, conseguimos criar as maiores proibições possíveis, como não usar maquiagem, calça jeans, saia pra cima do joelho, tatuagem, piercing, não ouvir música mundana, não beber, não assistir TV, etc. Assim como os jesuítas somos zelosos nas aparências e em destruir a cultura.

Fidelidade... ao poder
Os jesuítas até certo ponto se opuseram a escravidão, desde que isso não prejudicasse seus interesses. Vagavam entre os poderes dominantes para obter privilégios da Coroa e assim continuar seu tão bem sucedido ministério. Os evangélicos gostam de sentir-se poderosos também, temos ministros e deputados fiéis... ao poder. Nossas oposições aos graves problemas da nação são insignificantes. Fazemos marchas para Jesus, mas apenas porque artistas estarão lá pra animar o povo. Nossos políticos evangélicos caem um a um frente as acusações de mensalões e sanguessugas. Pendemos sempre para o lado do mais forte.

Os fins justificam os meios
Para os Jesuítas não importava se os nativos eram trazidos pela escravidão, pela mentira, pela força ou por qualquer outra coisa, o importante era que fossem catequizados, que abandonassem suas práticas estranhas e se comportassem como bons europeus, mesmo que para isso fosse necessário contrair doenças do homem branco. Somos exatamente assim, no afã de ganhar almas pouco nos importamos nas palavras que são pregadas, alguém que se dispões a "aceitar" o Todo-poderoso como salvador é condecorado e festejado, desde que vista-se e comporte-se conforme a imagem e semelhança do pastor.

Realmente somos grandes Jesuítas, e totalmente dignos de tal título. A Igreja Católica Apostólica Romana que nos perdoe, mas somos muito mais eficazes que a Companhia de Jesus, aperfeiçoamos seus métodos para o Século XXI e rumamos a conquista do mundo... para nós mesmos.

Em Cristo,
Matheus Soares

Olhei para a igreja e vi que tudo é vaidade



É vaidade ter um edifício
É vaidade ter um sacerdote
É vaidade ter bons instrumentos
É vaidade ter um sistema de som
É vaidade controlar os dízimos
É vaidade controlar a membresia
É vaidade controlar a freqüência dos cultos
É vaidade considerar quatro paredes casa de Deus
É vaidade não dar voz aos leigos
É vaidade achar que prega-se um evangelho melhor
É vaidade ter um modelo de igreja
É vaidade não mudar a liturgia
É vaidade exercer domínio sobre o povo
É vaidade não acolher os pobres
É vaidade achar-se digno de algo perante Deus
É vaidade ser moralista e legalista
É vaidade não arrepender-se
É vaidade alienar-se do mundo
É vaidade ter bancos estofados
É vaidade retirar-se
É vaidade falar algo além dos ensinamentos de Cristo
É vaidade ser irreverente perante Deus
É vaidade achar que Deus só se manifesta entre quatro paredes
É vaidade separar a vida em sacra e secular
É vaidade achar-se o único correto
É vaidade desprezar o amor
Tudo é vaidade
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