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quinta-feira, novembro 19, 2009

Diga não ao PLC 122 e à perseguição religiosa



O assunto não é novo. Trata-se do Projeto de Lei PL 5003/2001-PLC 122/2006, aprovado no apagar das luzes e em sessão esvaziada da Câmara dos Deputados, que está agora no Senado Federal e foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais daquela casa. E a Agência Senado quer saber o que pensa o distinto público.

Surpresa. Por mais um dos mistérios que rondam o Congresso Nacional, acabo de ser avisado pelo amigo Rubem Amorese, com longa vivência naqueles corredores, que a enquete da qual muitos de nós participamos saiu do ar. O apagão aconteceu quando 65% dos votos davam a vitória ao "não". O Senado diz que foi atacado por hackers. Bem, não posso dizer que estou surpreendido. Afinal, um funcionário preso do Senado recebeu salário durante 5 anos. Claro, tudo como manda a boa prática da gatunagem: o irmão assinava regiamente o ponto do detento. Aliás, o Senado é aquela Casa que gastou mais de 6 milhões de reais em horas extras em janeiro, mês de férias. 

Porém, Ultimato não vai deixar se vencer pelo cansaço e mais uma vez diz não ao PLC 122. Não à criminalização da opinião de quem ousar discordar da agenda homossexual. Para dizer não ao projeto acesse o site do Senado Federal.

E todo cuidado é pouco. Veja como é feita a pergunta na pesquisa de opinião lançada pela Agência Senado: "Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?"

A pergunta é tanto simples quanto traiçoeira. Facilmente, ao correr os olhos na tela, podemos ler: "Você é a favor da discriminação contra os homossexuais?". Claro que não. Por princípio. E poupo o leitor de uma lista de boas razões bíblicas para tal. Então, devo dizer sim ao projeto que vai punir a discriminação, certo? Errado. O Projeto de Lei, conhecido como PLC 122, é uma peça burlesca. É uma ameaça concreta à liberdade religiosa e à liberdade de pensamento. E mais: agride e criminaliza a opinião de quem discordar. 

Ultimato reafirma o seu repúdio à homofobia e não abre mão da sua opinião em defesa da ética bíblica de uma conduta heterossexual. Para Ultimato, é heterofobia considerar homofóbica as afirmações em defesa dos valores cristãos. Leia a edição especial Homossexualismo e Homossexualidade


• Marcos Bontempo, editor

terça-feira, novembro 03, 2009

A internacionalização da Amazônia



Ministro Cristovam Buarque confirma autoria de texto divulgado na Internet

Prezados(as) amigos(as),

Vem sendo distribuído pela internet por diversas pessoas, o que me surpreende agradavelmente, o artigo "A Internacionalização do Mundo". O fato que deu origem a este artigo ocorreu em Nova York, nas salas de convenções do Hotel Hilton, durante o encontro do State of the World Forum, em Setembro de 2000. Publiquei o artigo no Globo e no Correio Braziliense, logo depois. Mas de vez em quando surgem mudanças e informações adicionais nem sempre verdadeiras.

É falso que o artigo foi publicado no New York Times e em outros jornais estrangeiros. Se tivesse sido, eu tomaria certamente conhecimento através de algum amigo.

No mais, fico contente que vocês tenham lido. E para aqueles que ainda não leram aproveito a oportunidade para mandar [esta cópia].

Grande abraço,
Cristovam

A Internacionalização do Mundo

por Cristovam Buarque*

Durante debate em uma Universidade, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o pais onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.

(*) Cristovam Buarque, 59, doutor em economia, é ministro da Educação. Foi reitor da UnB (1985-89) e governador do Distrito Federal (1995-98).

Fontes: http://www.almacarioca.com.br/cro38.htm ehttp://www.educacao.gov.br/acs/pdf/a160203.pdf.

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