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terça-feira, setembro 28, 2010

As Razões Dos Não-Dizimistas



Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz, sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente. Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham estes descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja genealogia não se inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. Evidentemente, é fora de qualquer dúvida que o inferior é abençoado pelo superior. Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste. (Hebreus 7.1-10)

A doutrina do dízimo é inaceitável para aqueles que ainda não tiveram uma experiência pessoal com Jesus Cristo. Isto porque não foram ainda marcados pela consciência da causa de Deus nem pela prioridade do Seu Reino.

No Novo Testamento a palavra dízimo aparece nove vezes e ligadas a duas situações:

1) Mt 23.23 - Partindo dos lábios de Jesus em relação aos fariseus. Jesus aqui reafirma a necessidade do dízimo, ao mesmo tempo em que denuncia sua prática como demonstração de piedade exterior (Lc 18.12) – Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Também Jesus denuncia a prática do dízimo como substituição de valores do Reino tais quais: justiça, misericórdia e fé(Lc 11.42).

2) Hb 7. 1-10 - Eis as lições desse texto: a) O Pai da fé deu dízimo de tudo – v. 2; b) O pai da fé deu o dízimo do melhor – v. 4; c) A entrega dos dízimos se deu não por pressão da lei, uma vez que o povo israelita ainda não existia e, portanto, muito menos a lei judaica – v. 6; d) Hebreus nos faz perceber e reconhecer a superioridade do valor do dízimo que é dado a Cristo (imortal) em relação ao dado aos sacerdotes (mortais) – v. 8; e) O autor destaca que os que administram os dízimos também devem ser dizimistas – v. 9.

Ser ou não ser dizimista é uma questão de acreditarmos na causa que abraçamos, na “pérola que encontramos.” Hoje muitos crentes não são fiéis a Deus na devolução dos dízimos. Para justificar esta atitude criam várias justificativas e desculpas. Se dependessem deles a igreja fecharia as portas. Não existiriam templos, nem pastores, nem missionários, nem bíblias distribuídas, nem assistência social. Eis, algumas das justificativas clássicas dos não-dizimistas:

I. JUSTIFICATIVA TEOLÓGICA

Ah, eu não sou dizimista, porque dízimo é da lei. E eu não estou debaixo da lei, mas sim da graça.Sim! O dízimo é da lei, é antes da lei e é depois da lei. Ele foi sancionado por Cristo. Se é a graça que domina a nossa vida, porque ficamos sempre aquém da lei? Será que a graça não nos motiva a ir além da lei? Veja: a lei dizia: Não matarás: eu porém vos digo aquele que odiar é réu de juízo, a lei dizia: Não adulterarás: eu porém vos digo qualquer que olhar com intenção impura… a lei dizia: Olho por olho, dente por dente: eu porém vos digo: se alguém te ferir a face direita, dá-lhe também a esquerda. A graça vai além da lei: porque só nesta questão do dízimo, ela ficaria aquém da lei? Esta, portanto, é uma justificativa infundada. Mt 23.23 - justiça, misericórdia e fé também são da lei. Se você está desobrigado em relação ao dízimo por ser da lei, então você também está em relação a estas virtudes.

II. JUSTIFICATIVA SENTIMENTAL

Muitos dizem: A bíblia diz em II Co 9.7, Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria - espontânea e com alegria. Só que este texto não fala de dízimo e sim de oferta. Dízimo é dívida. Não devolver o dízimo é roubar de Deus. Perguntamos também: O que estará acontecendo em nosso coração que não permite que não tenhamos alegria em dizimar? Em sustentar a Causa que abraçamos e defendemos?

III. JUSTIFICATIVA FINANCEIRA

“O que eu ganho não sobra ou mal dá para o meu sustento”. 1) O dízimo não é sobra - Dízimo é primícia. “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda.” Deus não é Deus de sobras, de restos. Ele exige o primeiro e o melhor. 2) Contribua conforme a tua renda para que a tua renda não seja conforme a tua contribuição - Deus é fiel. Ele jamais fez uma exigência que não pudéssemos cumprir. Ele disse que abriria as janelas dos céus e nos daria bênçãos sem medidas se fôssemos fiéis. Ele nos ordenou a fazer prova Dele nesta área. Ele promete abrir as janelas do céu! Ele promete repreender o devorador por nossa causa. 3) Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar - Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num saco furado. Vaza tudo. Foge entre os dedos. Quando somos infiéis fechamos as janelas dos céus com as nossas próprias mãos e espalhamos o devorador sobre os nossos próprios bens.

IV. JUSTIFICATIVA ASSISTENCIAL

“Prefiro dar meu dízimo aos pobres. Prefiro eu mesmo administrar meu dízimo”. A Bíblia não nos autoriza a administrar por nossa conta os dízimos que são do Senhor. O dízimo não é nosso. Ele não nos pertence. Não temos o direito nem a permissão nem para retê-lo nem para administrá-lo. A ordem é: trazei todos os dízimos à casa do tesouro para que haja mantimento na minha casa. A casa do Tesouro é a congregação onde assistimos e somos alimentados. Mas será que damos realmente os “nossos” dízimos aos pobres? Com que regularidade? Será uma boa atitude fazer caridade com a parte que não nos pertence?

V. JUSTIFICATIVA POLÍTICA

“Eu não entrego mais os meus dízimos, porque eles não estão sendo bem administrados.” Não cabe a nós determinar e administrar do nosso jeito o dízimo do Senhor que entregamos. Se os dízimos não estão sendo bem administrados, os administradores darão conta a Deus. Não cabe a nós julgá-los, mas sim Deus é quem julga. Cabe a nós sermos fiéis. Não será também que esta atitude seja aquela do menino briguento, dono da bola, que a coloca debaixo do braço sempre que as coisas não ocorrem do seu jeito? Deus mandou que eu trouxesse os dízimos, mas não me nomeou fiscal do dízimo.

VI. JUSTIFICATIVA MÍOPE

“A igreja é rica e não precisa do meu dízimo.” Temos conhecimento das necessidades da igreja? Temos visão das possibilidades de investimento em prol do avanço da obra? Estamos com essa visão míope, estrábica, amarrando o avanço da obra de Deus, limitando a expansão do Evangelho? Ainda, não entregamos o dízimo para a igreja. O dízimo não é da igreja. É do Senhor. Entregamo-lo ao Deus que é dono de todo ouro e de toda prata. Ele é rico. Ele não precisa de nada, mas exige fidelidade. Essa desculpa é a máscara da infidelidade.

VII. JUSTIFICATIVA CONTÁBIL

“Não tenho salário fixo e não sei o quanto ganho.” Será que admitimos que somos maus administradores dos nossos recursos? Como sabemos se o nosso dinheiro dará para cobrir as despesas de casa no final do mês? Não sabendo o valor exato do salário, será que o nosso dízimo é maior ou menor do que a estimativa? Porque ficamos sempre aquém da estimativa? Será auto-proteção? Será desinteresse?

VIII. JUSTIFICATIVA ECLESIOLÓGICA

“Não sou membro da igreja” Acreditamos mesmo que os nossos deveres de cristãos iniciam-se com o Batismo e a Profissão de Fé ou com a inclusão do nosso nome num rol de membros? Não será incoerência defendermos que os privilégios começam quando aceitamos a Cristo: (o perdão, a vida eterna) e os deveres só depois que nos tornamos membros da igreja? Somos menos responsáveis pelo crescimento do Reino de Deus só porque não somos membros da igreja?

CONCLUSÃO

É hora de abandonarmos nossas evasivas. É hora de darmos um basta às nossas desculpas infundadas. É hora de pararmos de tentar enganar a nós mesmos e convencer a Deus com as nossas justificativas.

É hora de sermos fiéis ao Deus fiel. É hora de sabermos que tudo é de Deus: nossa casa, nosso carro, nossas roupas, nossas jóias, nossos bens, nossa vida, nossa saúde, nossa família. Tudo é dele. Somos apenas mordomos, administradores. Mordomos e não donos. Deus quer de nós obediência e não desculpas. Fidelidade e não evasivas.
Que atitude vamos tomar? Nosso coração está onde está o nosso tesouro. Se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus, não vamos ter problemas com o dízimo.

Amém.

Nós só conseguimos compreender, sem ressalvas, a bênção que é devolver o dizimo quando a praticamos. Desta forma reconhecemos e declaramos publicamente que Deus é Dono de todas as coisas e Senhor de nossas vidas. E que tudo o que temos é Ele quem nos provê. O que fazemos, nada mais é do que devolvermos, a Ele, a décima parte do que Ele nos dá para administrar. E eu posso testemunhar aqui que Deus sempre me abençoou pela minha fidelidade. Não por interesse ou por algum tipo de troca, mas porque entendi o sentido espiritual da devolução do dizimo.

Sou fiel dizimista e não abro mão de exercer essa bênção na minha vida. Pois se devolvo com alegria, e nada me falta, muito pelo contrário, só prova que o nosso Deus é um Deus fiel e cumpre tudo o que declara!

Que Deus nos abençoe!


Fonte: Um texto de: Hernades Dias Lopes no Palavra da Verdade - Vi no Blog Cabeça Jovem (via PC@maral)

Um comentário:

Prof. Sandro Sampaio, MBA disse...

O texto é hermenêuticamente fraco. Não apresenta, até porque não existe, nenhum mandamento neo-testamentário para a prática dos 10% (que nunca foi o dízimo nem mesmo no AT).

A citação de Mt 23:23 é falaciosa, porque como o próprio autor admite é Jesus falando aos fariseus (debaixo da lei) e não à Igreja.

O texto de Hebreus não fala nada, haja vista, Abrãao ter dado um dízimo como voto e nada se dizer, nas Escrituras, que ele continuou com esta prática.

Penso que os cristãos, eu mesmo faço assim, devem contribuir o máximo que puderem com suas congregações (procuro doar até mais do que o chamado dízimo), mas exigir 10% como se fosse bíblico é grosseiro erro de interpretação ou é arrumar um meio para sustentar estruturas eclesiais, nada mais.

Quanto a questionar a salvação de alguém tendo por base o dízimo, trata-se da mesma teologia de conveniência pregada pelos adeptos da teologia da prosperidade,

Sandro
http://somentecristao.blogspot.com

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