por Robinson Cavalcanti
Entramos em uma fase da campanha eleitoral presidencial caracterizada mais pela negação do que pela afirmação. Da revista Veja ('Pravda', às avessas), passando por uma enxurrada de e-mails, e chegando aos evangélicos no seu famoso "vídeo", o que se vê é um movimento anti-Dilma e anti-PT, sem se afirmar a preferência por outro partido ou candidatura.
Esse movimento "do contra" expõe um dilema. Senão, vejamos:
- Não se deve votar em Dilma;
- Não se deve abster, nem votar branco ou nulo;
- O princípio "irmão vota em irmão" não se aplica à irmã Marina;
- Não há nenhum gesto que indique votar nos comunistas, socialistas ou democratas cristãos, dentre os candidatos ditos "menores".
Eis o aparente enigma!
O que resta, então!? José Serra. Por exclusão, encabuladamente, não assumidamente, se está promovendo o reforço do candidato tucano. Sherlock Holmes diria: "Elementar, meu caro Watson!".
Mas, por que não afirmar a ideologia (social-democrata: Covas; neoliberal: FHC), o programa, do PSDB? Ou a ideologia do indígena, branco, carioca, litorâneo, seu companheiro de chapa (DEM, ex-PFL, ex-PDS, ex-ARENA, ex-ex-ex, até Tomé de Souza)?
Os evangélicos brasileiros, começaram celebrando a presidência de ex-alunos de seus colégios (Café Filho, Itamar Franco); passaram por um ditador de pedigree pastoral-luterano (Geisel), tiveram um garotinho presbiteriano, e, agora, não se entusiasmam com uma senhora adulta assembleiana (de cabelo em coque e tudo)… Estranhos esses crentes! Estranhos, ou "realistas-pragmático-clientelistas".
Estão os evangélicos preocupados com a justiça social e o bem comum da pátria, ou adotaram, de forma peculiar, um pensamento de um santo católico romano: "É dando que se recebe?".
O maniqueísmo histórico, não sincero, não verdadeiro, paranóico, não é uma boa forma de testemunho.
O Brasil merece o mais maduro e honesto comportamento (e contribuição para o fortalecimento da democracia) por parte dos seus concidadãos denominados de protestantes. Oremos e laboremos!
Fonte Pavablog
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