"Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." (Jo 17:14-21)
Santiago era seu nome. O que sei deste pastor, co-fundador da igreja onde congrego, vi pelas filmagens, homem baixo, atarracado, típico nordestino barrigudo e sem pescoço, recolhido pelo Senhor através de um infarto. Também ouvi muitas histórias sobre suas aventuras como crente, coisa que contava durante suas pregações, e que a mocidade daquela época, hoje calvos e grisalhos cidadãos, repetem, alguns até emocionados.
Uma das mais conhecidas e repetidas é quando ele resolveu, quando garoto, ser um “crente diferente”. Não suportava a ideia desta divisão entre mundo-igreja, pelo que estudara da Palavra, ainda não era pastor, mas amava as Escrituras, não via problemas em estar com velhos amigos, sentados numa calçada num final de domingo a tarde, sem camisa, após uma partida de futebol disputada ali mesmo, entre os paralelepípedos que pavimentavam as vielas do bairro.
Já não andava com os engomados amigos da igreja, nem repreendia cada companheiro com um versículo quando os cervejeiros falavam um palavrão ou mexiam com a mocinha de pernas grossas que passava por ali. Todos gostavam dele, era convidado para os churrascos, mesmo se abstendo de tudo que era oferecido ali entre eles.
Foi numa tarde de domingo, quando os irmãos iam mais cedo para igreja (escola bíblica), com suas roupas sociais debaixo daquele sol. Ele iria depois, mas enquanto isso se assentava com seus colegas numa mesa de bar, tomando coca-cola enquanto eles juntavam garrafas de cerveja vazias na mesa. Ele sorria por ser aceito, mesmo sendo crente:
- Você é muito legal, um crente diferente, Santiago... - disse um dos rapazes, sem camisa. A bebida já havia amolecido sua língua, enquanto apontava com o queixo para os irmãos da igreja.
- Como assim, diferente? - questionou o pastor, com o sorriso desmanchando no rosto.
- Ah... Você nem parece crente, anda com a gente, aceita tudo que fazemos mesmo sabendo que estamos errados. Você é igual a nós...
Naquele dia algo dentro do finado pastor quebrou. Ele se levantou e foi para casa. Ele conta que se trancou em seu quarto e chorou, e chorou.
Ele entendeu que queria ser aceito em ambos os lados, mas não podia ser confundido com os que praticavam coisas vis. O Mestre o chamara com um propósito diferente, elevado, algo brilhante, límpido, nobre.
O problema não estava em andar com quem não se importava com Deus. A dor estava em ser contado com eles, até quando eles mesmos são conscientes de que estão errados.
Santiago teria que tomar a decisão de não compactuar com eles, mesmo que isso o tornasse impopular entre os novos amigos. Na verdade, era só isso que seus amigos de bebida esperavam de um crente: que se mostrassem como divisor de águas, alguém capaz de renunciar a tudo, já que o próprio Deus o capacitaria a tanto.
Um homem sem Deus, quando O procura, buscará em pessoas que, em nome de Jesus, não se importam de não serem socialmente aceitos. Eles procuram vozes que clamam no deserto.
Se você é um crente "diferente", popular, bem vindo mesmo em ambientes onde o pecado impera, pense bem, algo, meu irmão, anda muito esquisito.
Santiago era seu nome. O que sei deste pastor, co-fundador da igreja onde congrego, vi pelas filmagens, homem baixo, atarracado, típico nordestino barrigudo e sem pescoço, recolhido pelo Senhor através de um infarto. Também ouvi muitas histórias sobre suas aventuras como crente, coisa que contava durante suas pregações, e que a mocidade daquela época, hoje calvos e grisalhos cidadãos, repetem, alguns até emocionados.
Uma das mais conhecidas e repetidas é quando ele resolveu, quando garoto, ser um “crente diferente”. Não suportava a ideia desta divisão entre mundo-igreja, pelo que estudara da Palavra, ainda não era pastor, mas amava as Escrituras, não via problemas em estar com velhos amigos, sentados numa calçada num final de domingo a tarde, sem camisa, após uma partida de futebol disputada ali mesmo, entre os paralelepípedos que pavimentavam as vielas do bairro.
Já não andava com os engomados amigos da igreja, nem repreendia cada companheiro com um versículo quando os cervejeiros falavam um palavrão ou mexiam com a mocinha de pernas grossas que passava por ali. Todos gostavam dele, era convidado para os churrascos, mesmo se abstendo de tudo que era oferecido ali entre eles.
Foi numa tarde de domingo, quando os irmãos iam mais cedo para igreja (escola bíblica), com suas roupas sociais debaixo daquele sol. Ele iria depois, mas enquanto isso se assentava com seus colegas numa mesa de bar, tomando coca-cola enquanto eles juntavam garrafas de cerveja vazias na mesa. Ele sorria por ser aceito, mesmo sendo crente:
- Você é muito legal, um crente diferente, Santiago... - disse um dos rapazes, sem camisa. A bebida já havia amolecido sua língua, enquanto apontava com o queixo para os irmãos da igreja.
- Como assim, diferente? - questionou o pastor, com o sorriso desmanchando no rosto.
- Ah... Você nem parece crente, anda com a gente, aceita tudo que fazemos mesmo sabendo que estamos errados. Você é igual a nós...
Naquele dia algo dentro do finado pastor quebrou. Ele se levantou e foi para casa. Ele conta que se trancou em seu quarto e chorou, e chorou.
Ele entendeu que queria ser aceito em ambos os lados, mas não podia ser confundido com os que praticavam coisas vis. O Mestre o chamara com um propósito diferente, elevado, algo brilhante, límpido, nobre.
O problema não estava em andar com quem não se importava com Deus. A dor estava em ser contado com eles, até quando eles mesmos são conscientes de que estão errados.
Santiago teria que tomar a decisão de não compactuar com eles, mesmo que isso o tornasse impopular entre os novos amigos. Na verdade, era só isso que seus amigos de bebida esperavam de um crente: que se mostrassem como divisor de águas, alguém capaz de renunciar a tudo, já que o próprio Deus o capacitaria a tanto.
Um homem sem Deus, quando O procura, buscará em pessoas que, em nome de Jesus, não se importam de não serem socialmente aceitos. Eles procuram vozes que clamam no deserto.
Se você é um crente "diferente", popular, bem vindo mesmo em ambientes onde o pecado impera, pense bem, algo, meu irmão, anda muito esquisito.
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Fonte: Texto de autoria do Zé Luís do blog Cristão Confuso - Versículos no inicio do post introduzidos por PC@maral não fazem parte do original.
--Acredito que o cristão realmente tem que fazer diferença no mundo. Mas a questão de ser "socialmente aceito" ou não para mim não é a principal. Jesus era largamente aceito pelos publicanos e pecadores, participando de suas festas, mas aonde Ele estava ali fazia diferença.A segregação mundo-cristãos não é saudável, pois como o próprio Senhor disse que veio para os doentes e não para os sãos também nós precisamos estar no meio daqules que precisam. Não podemos criar guetos pseudo-cristãos em nome de um princípio. Precisamos sim, estar no meio dos pecadores como sal e luz.
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