por Braulia Ribeiro
Lendo o livro: Nurturing the Nations de Darrow Miller, (Paternoster Publishing, 2007) encontrei alguns fatos que me surpreenderam sobre a cultura Koreana. Faz parte das crenças básicas do confucionismo, anterior ao cristianismo na Korea, o pensar na mulher como uma forma humana inferior ao homem. O que me admirou foi que depois de tantos anos e tantas transformações produzidas pelo cristianismo a questão da inferioridade da mulher em relação ao homem continua relativamente a mesma confuciana. O cristianismo que emancipou a Korea do Sul de sua pobreza ancestral não causou muitas mudanças na estrutura familiar fundamental. A mulher inferior carrega uma carga de trabalho duas vezes maior que o homem, e a misogenia reinante ainda mata no útero milhares de bebês femininos.Fiquei pensando como é difícil se obter a transformação profunda que o evangelho propõe. Podemos culpar os missionários, que apenas nos transliteraram sua teologia, sem se preocuparem em contextualizá-la. Podemos culpar gerações e gerações de homens brancos, que passaram seus preconceitos e idéias equivocadas para seu ensino teológico liderando multidões para uma interpretação da Bíblia que não nos redime. A interpretação chovinista iguala a Bíblia ao Corão e a todas as outras religiões. Que pena. A beleza do Imago-Dei que nos iguala ficou sujeita à cultura humana caída e não se revelou como poderia.
Mudança cultural verdadeira requer compromisso. A realização de que os valores do reino não são os nossos pede o sacrifício de nossos valores equivocados no altar. Um homem que pensa que seu valor masculino depende da inferioridade intrínseca da mulher, não conhece seu valor verdadeiro. Ela não precisa ser pior para que ele seja o melhor. No reino de Deus, o Imago Dei não carrega esta dualidade superior/inferior. Somos igualmente valiosos. Somos igualmente divinos. Os dois sexos.
Para que a cultura seja transformada é necessário que nossas concepções equivocadas sejam sacrificadas no altar. Até as que nos trazem conforto.
Que Deus nos abençoe.
Fonte Blog da Braulia Ribeiro na Ultimato (grifos meus)
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