Assine a
Newsletter
Semanal

Nome
Email

Receba
Atualizações
Diárias

Email
Inscreva-se

quarta-feira, agosto 29, 2007

Amor ao próximo ou ao ministério?



É imprescindível que um verdadeiro cristão participe dos ministérios da igreja.

Quem disse isso, o homem ou Deus?

Embora seja algo comum, e consideremos coisas louváveis dentro das nossas comunidades evangélicas, o amor aos ministérios tem se tornado o veneno da espiritualidade cristã.

Calma, explico.

As ocupações nos ministérios, muitas vezes, tem servido como alívio de consciência das pessoas em relação ao seu "compromisso" com Deus. Comparecer a uma ou duas reuniões na igreja durante a semana, participar de um ou dois ministérios, e... é isso. As justificativas são, às vezes, até louváveis. "Deus me chamou para isso", "Esse ministério leva as pessoas à presença de Deus" ou "Estamos alcançando as pessoas com esse ministério". Porém como diz o ditado, "nem tudo que reluz é ouro" e contrariando o pensamento maquiavélico de que "os fins justificam os meios" é necessário alertar a igreja sobre esse ativismo, que nada tem a ver com espiritualidade genuína, mas com um modelo de igreja que não é bíblico e está gradativamente levando as pessoas a uma robotização de comportamento.

O evangelho do Reino de Deus nunca foi relacionado a uma instituição física, mas tinha - e tem - a sua base no amor. Amor a quem? A Deus e ao próximo. Alguns afirmarão que os vários ministérios de nossas comunidades estão demonstrando o amor das pessoas. De fato, demonstram isso mesmo, mas a cada dia que passa estão mais longe do amor a Deus e ao próximo. As pessoas tem amado seus ministérios, tem amado seus dons, talentos e chamados, tem amado o sucesso que alcançam.

A constatação de que isso tem se tornado um veneno para a espiritualidade é que cada vez menos as pessoas tem dado importância para suas práticas - que deveriam ser diárias - como ler a bíblia, orar, meditar na Palavra, jejuar, mas em compensação são fiéis com seus compromissos igrejísticos. Não são poucas as pessoas, que tem atividades na igreja e com as quais já conversei, que lamentam-se de que tem encontrado dificuldade nas suas práticas devocionais. Mas apesar disso precisam mostrar-se sólidos como rocha perante os outros, acabando por exprimir uma espiritualidade que não vivem e colocando um jugo sobre as pessoas para que busquem o mesmo "brilho".

Esse amor aos ministérios tem envenenado de tal forma o cristianismo, que muitas vezes pessoas ocupam cargos e tarefas nas igrejas mas de forma alguma relacionam-se com seus irmãos. E isso acontece desde as maiores igrejas até as menores. Acabamos tornando-nos profissionais da fé. Pastores, professores, obreiros, tesoureiros, secretários, ministros, cada um com seu título, mas poucos alegrando-se com os que se alegram e chorando com os que choram. São poucos os que visitam seus irmãos informalmente, são poucos os que "perdem" horas conversando com pessoas que compartilham a mesma fé e que adoram a Deus no mesmo lugar, são pouquíssimos os que estendem a mão quando alguém está precisando. Enfim, são poucos os que verdadeiramente amam.

Não foi assim que Cristo nos ensinou, ao contrário, ele quebrou o sistema religioso caduco e arcaico dos judeus, quebrou paradigmas e preconceitos para estar próximo dos doentes, reprimiu e esbravejou contra os religiosos, anunciou a mensagem do arrependimento e do Reino. Desgastou-se ensinando num monte, na beira de um poço, num barco, nas sinagogas, nas casas, nas catacumbas. Ele verdadeiramente amou.

E esse mesmo Cristo nos ensina que não há amor maior do que dar a vida pelos seus amigos.

Precisamos acabar com o pensamento de carreira ministerial passarmos a enxergar as pessoas com a compaixão do Mestre.

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails