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quinta-feira, junho 26, 2008

Do que a vida é feita.



Ricardo Gondim. (http://www.ricardogondim.com.br)

A vida é um caldo de dores e de alegrias – tem dias que o lamento excede a felicidade. Vivemos no aguardo do "dia mal", aquele, quando não sobram forças para soluçar – ninguém se engane, o "dia mal " é inexorável.

A vida é uma tensão constante entre bons e maus desempenhos – tem dias que nos envergonhamos dos nossos impulsos, da nossa ingenuidade e da nossa paixão desenfreada. Não passamos de “palhaços das perdidas ilusões, cheios dos guizos falsos da alegria andamos cantando a nossa fantasia entre as palmas febris dos corações”.

A vida é uma gangorra entre desejo e decepção – tem dias que as decepções revelam a ilusão dos nossos sonhos. Acordamos e a realidade nos esbofeteia.

A vida é uma guerra entre verdade e mentira – tem dias que nos encantamos com a mentira; depois choramos a nossa ingenuidade. Não contabilizamos a dor da utopia e somos angustiados com a perdição.

A vida é uma corrida entre o presente fugaz e o futuro incerto – tem dias que apostamos no porvir e perdemos. A ampulheta não pára e acabamos atropelados pelo pião do dia-a-dia, que esparrama o restinho da nossa dignidade.

A vida é uma negociação entre coração e razão – tem dias que o coração deixa a razão para trás e atola no areal da solidão. A pouca razão do amor é infantil; suas cartas, ridículas; seus apelos, inconseqüentes.

A vida é um equilíbrio entre céu e inferno – tem dias que incandescemos o hades porque desvalorizamos a inquietação alheia. Com vontade de encontrar a felicidade, desdenhamos a melancolia alheia e o pôr-do-sol da amada. O frio da madrugada egoísta gela toda a paixão.

Soli Deo Gloria.

terça-feira, junho 24, 2008

O porque do meu pranto.



Pranteio pelas milhares de pessoas que passam fome todos os dias, pelas incontáveis crianças que tem a inocência devastada por mortes e guerras, desabo em lágrimas todas as vezes que penso nos pequeninos maltratados e violentados por homens vis. Não posso conter as lágrimas quando vejo a dor do mundo.

Pranteio por causa de todos os desastres naturais, pelas vidas ceifadas de repente, por causa do agricultor que perdeu sua colheita, por causa do pequeno empresário que perdeu seu ganha-pão. Pranteio ainda por todas as atrocidades do homem com relação à natureza. Pela destruição da camada de ozônio, pela devastação da amazônia, pela extinção de animais que meus filhos nunca poderão conhecer.

Pranteio também pelas milhares de mães e crianças abandonadas por homens irresponsáveis, pelos milhões de órfãos que nascem todos os dias, por todos aqueles abandonados nas sarjetas e lixões, por todos aqueles que foram abortados antes de ver a luz do dia. Pranteio por todos os que nascem ou se tornam deficientes, levarão uma vida difícil.

Pranteio por todos os escravos e quase escravos, que se afadigam de um labor exagerado, são explorados até o limite de suas forças enquanto seus patrões andam de jatinhos e jet-skis. E depois de tanto trabalho ainda encaram filas e mais filas para receber um miserável sustento no fim da vida. É triste ver que os que mais trabalham ganham menos, e os atletas ganham fortunas - e todo mundo aplaude.

Pranteio porque os políticos são ladrões e insensíveis, veêm o povo sofrendo mas apenas importam-se com as suas necessidades. Gastam milhares consigo mesmos, com familiares, com amigos, e o povo passa fome e sofre. Pranteio porque esses vilões acham-se donos do mundo e porque estão acima da justiça.

Pranteio devido a igreja inerte e enfadonha que encheu esse mundo de si mesmo. Pastores e bispos que apascentam a si mesmos, pregam mentiras para o povo, animam os palcos, fazem mega-eventos e mega-shows, falam de evangelismo, falam de amor, mas são todos sepulcro caiado, mortos em si mesmos. Hipócritas, inventam regras e leis para controlar o povo, mas vivem acobertando seus pecados. Choro vendo que a missão da igreja de Cristo é esquecida.

Pranteio ainda porque enfiaram na nossa cabeça que ninguém é insubstituível, que todos somos iguais - igualmente medíocres. É de doer a alma ver que ninguém valoriza ninguém, que o objetivo de todo mundo é usar uns aos outros, seja para alcançar seus objetivos, seja para satisfazer suas necessidades. Usados e descartados somos todos os dias. Todo mundo é comum e igual, quando na verdade todos são especiais.

Pranteio mais ainda quando vejo que estou dentro desse sistema imundo, me despero quando vejo que estou me importando mais comigo do que com os outros, vejo meus problemas e dificuldades e esqueço dos milhões que estão sofrendo. O peso da responsabilidade deveria ser grande sobre nós.

O amor de todos está se esfriando.

Deus! Me ajuda a prantear! Me ajuda a clamar pelos teus pequeninos! Não deixe que eu me torne indiferente!

Pois eu bem sei que a tristeza pode durar uma noite, ou muitas noites, mas mesmo que seja apenas naquele Dia a alegria virá e ficará para sempre.

segunda-feira, junho 09, 2008

Lendo sem ler e escrevendo sem escrever.



Persevero na esperança do verso,
numa vida vivida em prosa,
tentando sempre ser um soneto.

Sufocado, às vezes, pela inerrante gramática,
debruço-me na melodiosa literatura,
e nela encontro o afago para a afadigada alma.

Consoantes e vogais, nem sempre sei usá-las.
Felizes são os que não usam palavras para ferir,
mas constróem frases que tocam o coração.

quinta-feira, junho 05, 2008

Destino



Quisera eu caminhar pelas ruas sem nome,
lá, onde não terei mais preocupações.
Aqui, preso a este corpo, penso:
Porque as simplicidades são tão complicadas?

Regras, leis, não e sim. Faça e não faça.
Canso-me de toda a hipocrisia.
Gostaria de viver... Ah meu Deus,
dá-me essa dádiva.

Não quero apenas os sonhos futuros,
quero o aqui e o agora.
Tão difícil é ser compreendido.
Nesse mundo, pareço estar destinado a carência.

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